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Para quem acha que a vida dos influencers é só glamour, Carlinhos Maia deu um choque de realidade ao revelar que já sofreu com síndrome do pânico devido aos ataques que recebe na internet. “Milhões de seguidores, uma vida despojada, assoberbado em regalias, fama, contratos invejáveis com empresas multimilionárias não foram suficientes para blindá-lo da voraz síndrome do pânico”, comentou o neurologista José Fernandes Vilas.
“Dei uma pirada, de ficar assustado com tudo, de não sair de casa. Quando você recebe muitas críticas, você sempre acha que, em qualquer momento, alguém vai fazer alguma coisa com você. Ficava me tremendo dentro de casa, não dormia, foi uma fase bem ruim da minha vida. Foram alguns meses bem pesados. Perdi 12 quilos. Eu comecei a acreditar que eu era uma pessoa ruim, mas passou”, contou Carlinhos no podcast Inteligência Ltda.
O médico explicou o que aconteceu com o humorista. “Seu sofrimento foi tamanho e a ansiedade se manifestou com diminuição do apetite. Se pararmos para analisar o caso, podemos ver, além do excesso de trabalho, o tempo ininterrupto de exposição, os julgamentos e a tal teoria do cancelamento. Será que não estamos julgando demais e levando aquilo que nos é entretenimento para o lado da hostilidade?”, questionou ele.
“A síndrome do pânico é um transtorno de ansiedade composto por ataques repentinos, em lugares inapropriados, sem a necessidade de qualquer tipo de gatilho. É caracterizada por crises de muito temor de que algo ruim aconteça, mesmo sem nenhum motivo aparente. O paciente pode apresentar extrema falta de ar, taquicardia, palpitação, sensação de infarto e suor nas mãos”, enumerou Dr. Vilas sobre alguns sintomas da doença.
As sensações podem levar o paciente até a ser internado, como aconteceu com Carlinhos. “Lidar com a síndrome do pânico é de longe uma das mais desagradáveis sensações. Muitos pacientes começam a desenvolver medo de adormecer, pois podem acordar no meio da noite e instantaneamente abrir um episódio de pânico. É como viver preocupado o tempo todo com algo que pode acontecer ou não”, pontuou o neurologista.
“Pessoas estão adoecendo dia após dia. No Brasil, o número de portadores de doenças mentais cresce avassaladoramente. Acredita-se que 70% dos brasileiros desenvolveram algum transtorno psiquiátrico. É a hora de unir, de ter empatia, coragem, força, pensando mais com o coração e menos em si. Ajudar o outro nas suas limitações se tornou elemento básico de sobrevivência”, finalizou o médico.