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MC Cabelinho surpreendeu seus fãs ao compartilhar nas redes sociais que, para fugir da dor, optou por tatuar as costas sob efeito de anestesia geral, no centro cirúrgico de um hospital no Rio de Janeiro. O caso gerou grande repercussão nas redes sociais e deixou os internautas curiosos sobre os riscos que esse tipo de anestesia pode causar aos pacientes. Para explicar sobre os perigos do procedimento, a coluna LeoDias conversou com o neurocirurgião do Hospital Albert Einstein, Dr. Wanderley Cerqueira de Lima.
A anestesia geral é um procedimento delicado e sistêmico, que visa deixar o paciente totalmente inconsciente, sem sensibilidade e imóvel no decorrer de um procedimento. O efeito da anestesia geral é no cérebro, bloqueando os impulsos nervosos de dor e reduzindo ações motoras e respostas hormonais.
Segundo o especialista, trata-se de um procedimento seguro, por ser obrigatório o monitoramento completo do paciente, porém não está isento de riscos.
“A anestesia geral é feita em grandes procedimentos cirúrgicos, cirurgias prolongadas ou aquelas que tendem a ser mais agressivas, onde o paciente precisa estar relaxado, dormindo e inconsciente para que possa ser realizado o procedimento cirúrgico. Realizar tatuagem com anestesia geral não é algo comum, porque as tatuagens devem ser feitas progressivamente. A anestesia é segura, mas tem riscos, porque são medicações que você tem que dar por veia, o paciente pode ter uma reação a medicação, o que chamamos de reações anafiláticas. O médico tem que está monitorando o coração, a respiração e toda a parte de relaxamento do paciente, então a anestesia geral hoje é um procedimento muito seguro, mas deve ser feito sempre dentro de um hospital. Os perigos, são os perigos de todos os procedimentos”, contou o neurocirurgião.
Para o especialista, não há a menor indicação de uso de anestesia geral para realização de tatuagens. Ainda em entrevista, o Dr.Wanderley Cerqueira alerta sobre a presença de profissionais não médicos dentro de um centro cirúrgico e indaga se esse tipo de procedimento realizado em centro cirúrgico é permitido pelo Conselho Regional de Medicina.
“Anestesia geral para realizar tatuagem é um total contrassenso, realmente é colocar o paciente em um risco que às vezes ele é imponderável, mas eu jamais faria essa indicação. Não vejo a menor indicação, isso é um contrassenso e quem vai entrar num hospital para fazer uma tatuagem não é médico, e é proibido entrar no centro cirúrgico alguém que não é médico, isso não existe. Médico nenhum é tatuador, parece que está tendo uma conversa que não corresponde à realidade, o que nós vemos no dia a dia é um cirurgião plástico ou outros retirando cirurgicamente tatuagens, aí eventualmente sob anestesia geral, mas não tatuar sob anestesia geral. Eu não sei nem se o Conselho Regional de Medicina permite, acredito que não.”
A coluna procurou o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro e o Conselho Federal de Medicina, mas até o momento do fechamento desta matéria não obteve retorno.
Bastidores do procedimento
Nas redes sociais, o funkeiro compartilhou vídeos e fotos dos bastidores do processo e exibiu detalhes da tatuagem, que celebra sua história com a fé e carreira musical. “Fé. Agora só faltam as pernas”, escreveu MC Cabelinho na legenda da publicação.
Em uma das imagens publicadas pelo cantor, aparecem oito pessoas envolvidas no processo, entre anestesistas e tatuadores.
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– Por Karol Gomes, repórter da coluna Leo Dias.
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