Compartilhar notícia
Quem ainda não conhece o Poze, certamente não acompanha com rigor os memes no Twitter, os vídeos com músicas viralizadas, ou não tem como time do coração o Flamengo.
Afinal, os jogadores rubro-negros não escondem o carinho pelo cantor.
Marlon Brendo Coelho Coutto da Silva, o Mc Poze do Rodo, de 20 anos, é um suco do carioca carismático, cercado de gírias e bordões próprios, fanático por futebol e cheio daquela marra necessária para se tornar figura de peso no funk.
Mas nem só de feitos no mundo digital é feita a história de Poze. Antes do sucesso, o cantor esteve associado à criminalidade, mais precisamente, ao tráfico de drogas na Comunidade do Rodo e nunca escondeu isso dos fãs. O passado, aliás, é apontado como razão para que muitas pessoas prefiram manter o distanciamento do artista. E do repertório popularizado por ele.
A despeito das polêmicas, o funkeiro conquistou espaço na música, nas rádios do país, e muito provavelmente, já apareceu nos Stories de muita gente com seus maiores hits: Voando Alto e Vida Louca.
Vida pessoal
Nascido na Comunidade do Rodo, em Santa Cruz, zona Oeste do Rio de Janeiro, MC Poze se envolveu com a criminalidade ainda na adolescência. Em setembro de 2019 o MC foi preso por apologia ao crime, corrupção de menores e tráfico de drogas durante um show em Sorriso, Mato Grosso. Após alguns dias detido, o funkeiro viu a vida começar a mudar depois que uma de suas músicas começou a bombar. Era a vez de Coringas do Flamengo alcançar cerca de oito milhões de visualizações no Youtube e se tornar tema das festas de comemoração da equipe carioca pelas conquistas da Libertadores da América e do Campeonato Brasileiro. Com o sucesso, Poze foi abraçado pela torcida e também pelos jogadores.
O acontecimento serviu de combustível para ele. O MC emplacou o hit Voando Alto, que o levou diretamente para o top 25 do Spotify e passou à frente de artistas como Gusttavo Lima, Wesley Safadão e Pabllo Vittar. A vida do músico mudou, mas o estilo e as marcas registradas continuaram intactos. Os bordões e o uso exagerado de jóias o tornaram ainda mais famoso e cativaram o público. O meme “mó paz”, por exemplo, fez o cantor ficar ainda mais conhecido e despertar a atenção de curiosos.
Atualmente, Poze vive em uma mansão localizada no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro, e não esconde o prazer de ostentar a fortuna. A casa de dois andares e piscina também abrigava, até pouco tempo, a ex-companheira Vivianne Noronha, de 17 anos, mão dos dois filhos do artista: Julia, de 2 anos, e Miguel, de 8 meses. Recentemente, o ex-casal anunciou a terceira gravidez e pôs um fim ao relacionamento após o funkeiro ter sido flagrado numa balada repleta de modelos na boate All In, no Rio de Janeiro.
O anúncio da gravidez seguido de uma traição foi muito mal recebido pelo público, que criticou o comportamento do funkeiro. Os dias após o anúncio do término também foram marcados por imagens e notícias de Poze em baladas regadas à bebida, música alta e mulheres. Imagens que ele mesmo fez questão de compartilhar com os seguidores nos Stories. Uma audiência nada tímida, atualmente na casa dos 8 milhões de pessoas.
O lado B de Poze
Apesar de muito querido e reconhecido por suas músicas e memes, Poze é duramente criticado na mesma intensidade por conta de seus posicionamentos. Ainda em 2019, em entrevista para o canal da MC Marcely, ele dirigiu duras falas à comunidade LGBTQIA+. “Me desculpe, não tem como aceitar”, ele respondeu, ao ser questionado se preferia ter um filho gay ou uma filha lésbica. “Não vou falar que odeio [gays] para não pegar pesado, por estar filmado, mas [preferiria] lésbica”.
Em 2020, Poze continuava em evidência. Mas não da forma que ele e seus fãs esperavam. O funkeiro foi denunciado pelo Ministério Público e a 35ª vara criminal do Rio de Janeiro por fazer parte da maior facção criminosa do Rio. De acordo com a polícia, o MC incitava violência, promovia o grupo criminoso e participava de shows pagos pelo tráfico. Em uma das ocasiões teria recebido R$ 20 mil. Ele foi dado como foragido, já que a polícia tentou prendê-lo, mas conseguiu descobrir o paradeiro do cantor.
Expedida a ordem de prisão preventiva, o Tribunal de Justiça do Rio revogou a decisão. O MC explicou à polícia que já havia se envolvido com o tráfico, mas alegou ter cortado relações com a criminalidade desde que a milícia passou a atuar na favela do Rodo. Ele também prestou esclarecimentos sobre a presença no show em que recebeu R$ 20 mil de um dos chefes do tráfico do Jacarezinho. Não negou ter recebido a quantia, mas disse não saber que o dinheiro vinha do tráfico.
A guinada para o sucesso do Pitbull do funk
Era a vez de virar a chave. Disposto a se consagrar de vez, Poze assinou com a gravadora Mainstreet Records e garantiu uma grande estreia no trap. O MC emplacou a música Vida Louca e fez dela um dos grandes hits de 2021.
Atualmente, a faixa conta com mais de 140 milhões de views no Youtube e chegou ao top 10 das mais ouvidas do país. Muito possivelmente você, leitor, se deparou com Stories no Instagram que tinham como trilha sonora o refrão “o dia tá lindo, clima ensolarado, clima de piscina, cervejinha e churrasco”. É um hit incontestável!
E não parou por aí: o MC também foi convidado a participar do Poesia Acústica 11, ao lado de grandes nomes do rap, como L7NNON, Xamã, Chris MC, Azyy, Lourena, Cynthia Luz e Ryan SP. Mais uma vez, o funkeiro mostrou que a volta por cima não era apenas uma promessa.
O que ainda surpreende muita gente é o fato de Poze, com apenas 20 anos, ter uma trajetória tão movimentada, difícil até de acompanhar. O sucesso levou o MC a ostentar, sim. Mas tudo isso sem perder o carisma, que faturamento nenhum é capaz de comprar. É dele.
O Pitbull do funk, como é chamado, chegou lá. Há quem se incomode com o sucesso do funkeiro, mas ele já é uma realidade.