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A Coluna Leo Dias conversou com o advogado Angelo Carbone, representante do homem que abriu um processo contra a Rede Globo e a apresentadora Maju Coutinho. O processo foi aberto por danos morais e materiais e quem pede por um ressarcimento é Kaique Batista. O jovem é um dos quatro acusados de promoverem ataques racistas contra a jornalista, em 2015. Absolvido no processo, Kaíque e seu advogado solicitam R$ 800 mil pelos danos sofridos.
Dentro da ação indenizatória contra Coutinho e a Globo, a defesa frisa a forma hostil que Kaíque, com 21 anos à época, foi tratado. “Em apertada síntese, um jovem, que na época tinha 21 anos e trabalhava há mais de 4 anos, foi surpreendido quando, antes das 6 horas da manhã, uma equipe da Polícia adentrou ao seu quarto, dentro da casa de sua mãe, com fuzis e metralhadoras, acompanhado de um Promotor de Justiça, policiais e cineastas da Rede Globo, que fizeram uma busca e apreensão no seu quarto e na casa de sua mãe e depois o conduziram de forma coercitiva para o Fórum Criminal da Barra Funda, onde foi ouvido por 6 horas e depois jogado para os entrevistadores da Rede Globo”, relatou a defesa de Batista, que está desempregado.
Ainda de acordo com Angelo, o jovem e sua mãe tiveram o gasto extra de R$ 59.074,45 por três anos de aluguel de outro imóvel, após terem sido taxados como racistas e apedrejados em suas casas. Carbone afirma que o racismo é um crime hediondo e deve ser combatido com seriedade, mas neste caso o seu cliente sofreu com o extremismo. “Existe lei e existe Justiça no nosso país, mas nós precisamos ser inteligentes e cautelosos. Eu, Angelo, sou um advogado das minorias e tenho vários casos de clientes que sofreram com o crime de racismo e juntos saímos vitoriosos. A Maju é uma mulher incrível e que venceu todas as barreiras, mas ela e a Rede Globo erraram. O correto seria ter existido um pedido para que o acusado se dirigisse até uma delegacia e prestasse um depoimento. Mas tudo aconteceu de forma teatral para ser televisionado”, pontuou.
Batista segue sem carteira assinada desde o dia que a matéria da emissora foi ao ar e adquiriu síndrome do pânico devido aos ataques pessoais e virtuais que viveu durante os últimos três anos. A assessoria de comunicação da Rede Globo e a apresentadora Maju Coutinho preferiram não se manifestar sobre o processo que ainda está em julgamento.