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Há exato um ano, em uma grande final com a cantora e Manu Gavassi e a influencer Rafa Kalimann, a médica Thelma Assis foi campeã do BBB20, uma das edições mais históricas do reality show da TV Globo. Em 27 de abril de 2020, uma mulher negra, de 36 anos, adotada, trouxe a vitória que igualou as conquistas dos homens no programa.
Sendo a única integrante do grupo pipoca, Thelminha levou pra casa o prêmio de R$ 1,5 milhão pelo voto do público, com 44,10%. A vitória mostrava que para vencer o BBB entre anônimos e famosos cheios de seguidores é preciso cair no gosto popular de quem assiste pela TV, pela web e pay-per-view.
Nascida no bairro de Limão, periferia de São Paulo, com apenas três dias de vida ela foi rejeitada pela mãe biológica e adotada por Yara Assis e Carlos Alberto. Com muita ajuda da família, alcançou o sonho de cursar medicina com um bolsa de 100% e um auxílio de R$ 300 oferecidos pelo governo.
Formada em anestesiologia, Thelminha, como é mais conhecida, sabe da importância da participação e de sua vitória no BBB. Quando saiu da casa, tinha uma participação em um quadro no É De casa. Hoje integra o Bem Estar como colaboradora médica e faz diversas aparições no Encontro, apresentado por Fátima Bernardes.
“A edição em que participei foi muito marcada por pautas sociais, e a minha vitória foi uma resposta para os debates que levantamos lá dentro sobre o machismo, racismo e principalmente sobre como a sociedade está acostumada a enxergar as mulheres negras na base da pirâmide, exigindo de nós um esforço ainda maior para ocupar os espaços que também são nossos,” diz Thelma à coluna.
Na época, muitas críticas foram geradas em torno da campeã. “Um ano após minha vitória ainda dizem que só ganhei por pena, por causa das minhas amigas brancas, desmerecendo toda a minha trajetória de sempre buscar jogar de forma coerente e com inteligência emocional, ingredientes fundamentais para um reality show”, revela.
Focada em projetos e com um canal no YouTube sobre saúde, o céu é o limite para ela. “Quanto mais me subestimam, mais eu tenho vontade de crescer e nesse cenário foi muito marcante e importante para a representatividade trazer ainda mais força para tantas meninas e mulheres que se identificaram com a minha história para alcançarem todos os espaços que elas sonham”, completa.
Com mais de 6 milhões de seguidores no Instagram, hoje ela faz parte da empresa de agenciamento de Preta Gil, a Mynd, e cobra mais de R$ 60 mil em um publipost nas redes sociais.
BBB21
Thelminha já sabe para quem vai torcer no BBB21, que chega em sua reta final. “Minha torcida nesta edição é para o Gil, que é um pipoca como eu fui e que também torceu por mim. Me identifiquei com ele desde o início e acho o jogo dele muito intenso. Foi líder 3 vezes, anjo, monstro, atendeu o bigfone, entregou entretenimento”, confessou.
“E o mais importante, ele quebra estereótipos. Em uma edição que também levantou pautas sociais importantes como racismo, homo e bifobia, xenofobia entre outras. Ele seria mais uma resposta, assim como eu fui. Desejo boa sorte a todos os finalistas, não só na final, mas no pós-reality”, diz a médica.