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Mulher, negra e nortista. É assim que a jornalista Salcy Lima, da RecordTV se define. Há um ano ela é uma das âncoras do telejornal matutino Fala Brasil, dividindo a bancada com a veterana Roberta Piza. Para ela, duas mulheres na apresentação transmitem força e sensibilidade ao mesmo tempo. “A mulher tem este poder. E como é bom fazer parte desta transformação na televisão brasileira, em uma emissora que enxerga e que escuta as mulheres! É uma honra”, comentou Salcy Lima.
Natural de Belém do Pará, um dos maiores prazeres da jornalista é dar espaço às mulheres nortistas. “No comando de um telejornal, dando voz às muitas mulheres da minha região, sinto-me honrada pelas minhas raízes. Mostro a cada mulher deste país que é possível ir atrás dos seus próprios sonhos e as encorajo”, explicou. Muito querida pelo público paraense pelo espaço que tem conquistado, a âncora fala com orgulho de sua região. “Sou apaixonada pela minha terra. Acredito que o diferencial do nosso povo é o carisma, fazemos tudo com o coração. O sucesso no âmbito profissional é o reflexo disso. Tenho uma grande amiga no SBT, Márcia Dantas, e também sinto um orgulho enorme pela trajetória dela porque é mais uma jornalista paraense que brilha para todo o Brasil”, disse Lima.
O início da carreira foi na Record Belém. Salcy apresentou o programa Eco Record, sobre ecologia, sustentabilidade e patrimônio cultural. Depois foi para a bancada do jornal Pará Record e em seguida, chamada para integrar o time de apresentadores da Record TV, em São Paulo. “Jamais imaginaria. Comecei no Fala Brasil, apresentando apenas edições de sábado e fazendo reportagens. Desde que cheguei, tive a oportunidade de participar de grandes coberturas”. A jornalista também esteve na previsão do tempo do Jornal da Record. Em 2019, retornou para Fala Brasil, mas como uma das âncoras titulares. “Foi um sonho realizado”, afirmou.
Há 10 anos no jornalismo, Salcy já viveu muitos momentos marcantes. Um deles foi cobrir a queda do avião dos jogadores da Chapecoense, em 2016. “Eu apresentei a edição do Fala Brasil, logo após o acidente. Lembro que as informações chegavam confusas e estava com a voz embargada, mas tinha que conduzir o jornal mesmo assim. Foi um momento muito difícil para todos”, confessou. Outra ocasião que impactou a jornalista foi a morte do apresentador Gugu Liberato. “Além de colega de emissora, eu sempre fui fã dele, então precisei conduzir a apresentação para milhares de telespectadores que, assim como eu, estavam com o coração cheio de tristeza pela perda precoce do nosso amigo”, contou a âncora do Fala Brasil.
Entre as dificuldades que enfrentou, a apresentadora destacou os momentos em que duvidaram de seu potencial. “Já participei de concursos de miss, e infelizmente, muitas pessoas ainda acreditam que uma mulher bonita não pode ser inteligente. Também já ouvi muita coisa relacionada à região de onde vim, que é atrasada e pobre, mas isso nunca me afetou”, desabafou.
Satisfeita com o trabalho que tem feito e contente com a trajetória até aqui, Salcy contou que ainda tem muitos desejos para o futuro. “Meu maior desafio hoje é me firmar como uma das maiores comunicadoras deste país. Sou feliz onde estou e isso me motiva a ser melhor a cada dia. Porém, posso dizer que tenho objetivos como ancorar fatos históricos, Copa do Mundo, Olimpíadas e, quem sabe, virar uma correspondente internacional”, revelou a jornalista.