Filho de Mussum diz sofrer racismo em shopping no Rio: “Fui humilhado”
Igor Palhano foi impedido de deixar o local após os seguranças pedirem os documentos de sua moto e mesmo assim não o liberarem
atualizado
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O filho do humorista Mussum, Igor Palhano, diz ter sofrido racismo no shopping ParkJacarepaguá, no Rio de Janeiro, após os seguranças do local pedirem para ver os documentos de sua moto e o impedirem de deixar o local. A coluna LeoDias conversou com o dentista, reconhecido como filho do ator em 2019, e descobriu mais sobre o caso.
Palhano diz que foi ao encontro de sua noiva e sua sogra no local, após deixar o trabalho. Ele comenta que chegou a sentir um “olhar torto” de uma das seguranças que trabalhavam no shopping, mas seguiu ao encontro da família. Porém, a tranquilidade do passeio se esvaiu na hora de sair do ParkJacarepaguá. A noiva e a sogra foram embora de carro enquanto Igor tentou sair com a moto mas não havia espaço para tal. Após pedir ajuda a um segurança, que disse que o ajudaria, esse mesmo homem pediu seus documentos de identificação, sem dizer o motivo, e o impediu de deixar o ambiente.
“Eu fiquei esperando uns 5 a 8 minutos parado e ele não abria a cancela. Daqui a pouco ele veio até mim e falou: ‘olha, preciso do seu documento e habilitação’. Eu perguntei: ‘documento e habilitação, no shopping?’ E o homem respondeu: ‘Preciso porque é uma medida de segurança’.” O filho de Mussum então disse: “Se você tá achando que eu tô roubando a moto, então é por isso que você tá pedindo documento e habilitação, tudo bem. Pois não.” Apesar de dar os documentos necessários, Igor não foi liberado e perguntou onde ficava o SAC do empreendimento, pois ele precisava resolver a questão.
O drama, no entanto, não acabou por aí. Não havia ninguém no SAC e Igor chegou a conversar com um outro segurança sobre a situação, que concordou que “se fosse um cara branco isso seria diferente”. O homem disse que Palhano estava liberado e, voltando para sua moto, o dentista encontrou cerca de quatro seguranças cercando o veículo. Esses homens teriam reforçado o discurso de “medida de segurança” como justificativa para o que acontecia.
“Eu nunca tinha passado por uma humilhação dessa na minha vida. Todo mundo me olhando, como se eu tivesse roubado a minha própria moto. Eu disse que isso não poderia ficar assim, que eu ia pras mídias sociais sim, que eu ia reclamar sim. Aí o rapaz falou: ‘olha, mas você tem que entender, né’. E eu falei ‘ah, tem que entender que eu sou negro e tenho uma moto vermelha, né? A medida de segurança cabe pra mim quando eu sou negro e tenho uma moto vermelha, entendi’”, complementou.
Igor afirmou que além disso, ele ainda foi escoltado até a saída pelos seguranças. Agora, o dentista afirma que já acionou seu advogado e pretende tomar atitudes legais. “Acho que só por eu ser filho do meu pai isso conseguiu vir à tona, graças a Deus. Porque se fosse com qualquer outra pessoa negra, com certeza não teria voz. Eu vou procurar meus direitos sim, eu quero que eles se responsabilizem por isso sim, por esse crime.”
O que o shopping diz
Procurada pela coluna LeoDias, a assessoria de imprensa do Shopping ParkJacarepaguá, emitiu uma nota sobre o caso. Leia a íntegra abaixo:
“A administração do shopping informa que está apurando o caso internamente. A empresa esclarece ainda que repudia qualquer tipo de discriminação.”
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