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Dia 17 de julho para eventos a céu aberto. Dia 2 de agosto para boates e casas de eventos. Essas são as datas previstas pela secretária de Saúde do Rio de Janeiro, Beatriz Bush, e o superintendente da Vigilância Sanitária da cidade, Flavio Graça, para o retorno da noite carioca. Isso, claro, se a pandemia do novo coronavírus seguir sendo controlada.
Os dois fizeram o anúncio em vídeos publicados nas redes sociais. Segundo eles, os eventos terão de ter 1/3 do público, além de seguir as regras do Ministério da Saúde. O mercado de entretenimento do Rio é enorme e as principais produtoras da cidade são responsáveis por mais de 480 eventos por ano, movimentando cerca de 1 milhão de pessoas e uma injeção mínima de R$ 17 milhões.
Mas, neste momento de incerteza e insegurança, será que os produtores da capital fluminense já planejam fazer festas? Conversamos com alguns para saber o que eles acham dessa possível liberação.
Leo Marçal, responsável pelos eventos: Arca de Noé, Auê, Sonzeira, O Camarote, entre outros
Ainda não temos calendário definido para nenhum evento neste ano. Entretanto, estamos otimistas para que até o final dele possamos realizar eventos de forma segura, seguindo todos os protocolos de segurança e que os números de casos estejam controlados para que a retomada seja de forma segura e consciente. Mesmo assim, não paramos de trabalhar, estamos com todas as festas em pré-produção, criação, sempre em busca de uma melhor experiência, qualidade e segurança para o público. O melhor, neste momento, é torcer e aguardar ansiosamente pela vacina para que possamos ter nossos eventos de volta com toda a alegria e segurança envolvidas.
Rafael Cuia, responsável pelos eventos: Prainha com Ferrugem, Feijoada do Otacílio, Spanta, entre outros
Na verdade, estamos estudando eventos para novembro e dezembro, mas sem certeza de nada ainda. Só faremos se as coisas melhorarem realmente e não tiver uma “segunda onda” da doença. E, quando voltarmos, será com um público enxuto, sem lotação, com a capacidade reduzida e seguindo todas as normas vigentes, regras de ouro e exigências sanitárias.
Marcio Lima, responsável pelos eventos: Boho, Mug, Vaca Profana
Optamos por aguardar mais dois meses para o nosso retorno. Eu, particularmente, ainda não me sinto confortável, como produtor, de expor o público aos eventos. A ideia inicial é que possamos retornar em outubro mas, de fato, só será possível se os números estiverem controlados. Assim que retornarmos, seguiremos com todas as instruções da prefeitura e da secretaria de Saúde.
Bruno Malta, responsável pelos eventos: Arca de Noé, Nosso Sonho, Seu Vidal, entre outros
A volta dos eventos nessas datas é que ainda é prematuro. Por mais que seja meu ganha pão, na minha opinião, existe o permitido e existe o correto. Acho ótimo termos um plano de retomada, porém acho errado neste momento reunirmos centenas ou até milhares de pessoas. Na minha visão, é óbvio que haverá um contágio em massa. Acho que o que tem que ser feito é colocar limite de público para festas e ir, gradualmente, aumentando, ou seja, liberar para 100 pessoas e ver o que acontece, depois 200 e observar e assim por diante. Nenhuma festa vale mais que uma vida.
Dudu Menor e Felipe Ramalho
Seria irresponsável e imprudente da nossa parte dizer uma data específica. O correto é afirmar que o setor de festas está extremamente unido e acompanhando diariamente a evolução da saúde pública no estado. Estamos discutindo as medidas e desenvolvendo um protocolo de retomada juntamente a todos os órgãos competentes. Iremos apresentar esse protocolo no começo de agosto e acreditamos que, no máximo em até 45 dias, o carioca já vai poder retomar a segunda maior economia do estado.
Maurício Dutt, sócio e diretor de MKT do Espaço Hall
Estamos prontos para essa retomada, se adequando a essa nova realidade. O drive-in show do Espaço Hall com a preocupação da segurança. Apoiamos esse plano de retomada. Nossos shows que foram adiados serão remarcados e adaptados e vamos criar projetos específicos para esta nova realidade, respeitando cada fase imposta pela secretaria e pela prefeitura e pela OMS. Estamos prontos em projeto modelo na questão de segurança da saúde, higienização, inclusive na campanha de conscientização.
Reportagem de Monique Arruda