Especialistas analisam como Luiza ganhava só R$ 2,5 mil, mesmo no auge
Em entrevista à coluna LeoDias, a cantora falou sobre processo judicial que envolve seu antigo escritório
atualizado
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Em carreira solo desde a morte de Maurílio, no fim de 2021, Luiza Martins concedeu uma entrevista exclusiva ao titular desta coluna e falou sobre o processo judicial que envolve seu antigo escritório. Ela surpreendeu ao confirmar que recebia um salário mensal de apenas R$ 2,5 mil – mesmo depois do sucesso de músicas como S de Saudade, que acumula quase meio bilhão de reproduções no YouTube. Nossa reportagem conversou com um especialista do mercado musical e um empresário da área para entender como isso é possível.
Segundo um dos maiores empresários do Brasil, o modelo de acordo em que artista ganha salário deixou de ser usado há bastante tempo e era mais frequente no forró. “Desde o início do sertanejo, a dupla sempre foi sócia do projeto”, observou ele.
O especialista considera a possibilidade de Luiza e Maurílio receberem uma porcentagem da quantia arrecadada em shows e eventos; nesse contexto, porém, até que o investimento do empresário fosse restituído, a dupla deveria ser remunerada com um valor fixo. “O escritório faria um investimento, por exemplo, de R$ 2 milhões na carreira da dupla e, até que esse valor voltasse para o caixa da empresa, eles receberiam apenas um salário”, exemplificou.
“Em algum momento, pode ter sido a prestação de contas. Se existe uma prestação de contas em que o escritório mostrava que o valor investido estava quitado, a dupla deveria passar a receber o percentual dos shows”, acrescentou o empresário.
Recorrente
Segundo um especialista que acompanha o universo sertanejo há mais de 15 anos, situações assim, infelizmente, são recorrentes na relação entre artistas e empresários. “O fato de eles terem feito sucesso e o valor não ter sido atualizado é algo que funciona muito na conversa. Se não está acordado antes, ao estourar ou chegar em um nível maior, é preciso negociar com o escritório”, avaliou.
“Os dois lados têm razão. Por um lado, o empresário colocou o dinheiro dele e usou do prestígio para promover a dupla. Ele investiu o dinheiro ali e não tem como pagar a mais, já que ele está tentando trazer o dinheiro de volta. Por outro lado, o artista tinha o sonho e ganhou oportunidade, só que, em algum momento, quem está fazendo o sucesso é ele; portanto, ele merece um aumento do ganho”, pontuou.
Durante a conversa com nossa reportagem, o empresário não escondeu a surpresa em relação ao valor do salário citado por Luiza. “Eu não consigo entender. No mínimo, para o patamar que eles estavam e pelo preço do cachê dos shows, tinha que ser pelo menos R$ 25 mil para cada um, para eles se manterem até o investimento ser pago e, então, passarem a ter o percentual”, opinou.
O profissional consultado pela coluna avaliou ainda que, no caso de Luiza, a partida de Maurílio constitui um agravante. “Essa história é comum, embora neste caso exista um agravante, uma situação totalmente inesperada e delicada, que é a partida de um deles. É bem provável que este papo, ainda como dupla, eles tiveram no escritório”, apostou, referindo-se à forma de resolver essa situação nos dias de hoje, já em meio ao imbróglio judicial.
Caminhos
O empresário ouvido pela nossa reportagem indicou, ainda, qual é o melhor caminho a ser seguido para evitar situações semelhantes. Segundo ele, o acordo mais adequado para um artista iniciante é a definição de uma porcentagem. “Se for uma dupla, 50% é da dupla e 50% é do escritório, o que é bastante usual. O escritório entra com o investimento e dá uma grana mensal para o artista, até que o projeto tenha retorno e comece a se pagar, gerando lucros”, exemplificou.
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