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Desde que a mãe de Sarah Andrade revelou que a filha havia escolhido o BBB como tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), a internet não cansa de procurar o projeto. A busca pode cessar: a coluna Leo Dias teve acesso ao estudo, apresentado em 2012 a uma banca do Centro Universitário de Brasília (CEUB) e que garantiu a ela a formação em publicidade e propaganda.
Intitulado Visão do público de Brasília em relação ao Reality Show ‘Big Brother Brasil’, o TCC analisou a opinião dos brasilienses sobre o reality. Sarah se valeu de um questionário, aplicado a 41 pessoas no centro da capital federal, para chegar à sua conclusão.
Logo na introdução, Sarah questiona: “A população de Brasília percebe o reality show Big Brother Brasil como entretenimento positivo?”. Nas páginas seguintes – o trabalho, ao todo, tem 29 laudas – a sister faz análises resumidas sobre marketing, ferramentas de comunicação e, também, sobre a televisão brasileira.
Reality shows
O quinto capítulo começa, de fato, a tratar dos reality shows. “Os realities ainda trazem algo novo, que é o fato do público poder participar do programa de forma real, não só como alguém que assiste, mas como alguém que faz parte do programa, através da internet, sms e telefone”, escreveu Sarah.
Sobre a pesquisa em si, ela foi realizada no dia 11 de outubro de 2012, próximo à Rodoviária do Plano Piloto, um dos pontos de maior movimentação de pessoas em Brasília. Os 41 entrevistados tinham idades entre 18 anos e 60 anos, sendo 59% deles homens e 41%, mulheres. Entre os dados coletados pela então universitária, estão que 100% dos ouvidos conheciam o BBB, mas somente 68,29% assistiam ao programa.
“53,65% dos telespectadores acreditam que o programa é farsa ou que possa haver armações advindas da produção do programa; 39,2% dos entrevistados conhecem alguém que já se inscreveu e 9,75% já se inscreveram anteriormente. Cerca de 82,9% dos entrevistados consideram o Big Brother Brasil um programa fraco em termos de conteúdo, mas em contrapartida 73,17% consideram o programa um bom entretenimento”, escreveu ela.
A sister chega até a falar sobre a audiência: na época, de acordo com seu trabalho, ela estava “longe dos melhores dias do reality, o último BBB teve a segunda pior marca da história do BBB, perdendo apenas para o do ano passado, que chegou a 24.8 pontos na audiência”.
Considerações finais
As considerações finais de Sarah Andrade dizem que “foi possível concluir que o público considera o conteúdo do programa fraco, mas gostam do atual formato, é considerado um entretenimento positivo se for comparado aos outros formatos de programas contidos na televisão brasileira”.
E completa: “O estudo feito não deixa dúvidas sobre a audiência do programa Big Brother Brasil, ele é conhecido por todos os entrevistados. Sendo mencionados de forma positiva ou negativa, todos os telespectadores que responderam ao questionário sabem o que é e conhecem o funcionamento do reality show”.
Com um leve tom crítico, Sarah argumenta também que “os telespectadores parecem gostar da ideia de abrir mão de algo tão valioso, como a própria liberdade e privacidade. O público gosta de ser vigiado, e gosta de vigiar o outro, ter acesso à privacidade do próximo”.
E finaliza fazendo uma previsão que, de certa forma, parece reforçar sua posição no BBB21: “Mesmo com a queda de audiência nas últimas edições, o programa continua sendo um sucesso, e este modelo da programação na televisão brasileira continuará em alta, pois a aceitação do público é maior que a rejeição”.
Veja o trabalho
TCC Sarah Andrade – BBB 20 by Metropoles on Scribd