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Se tem uma cantora que representa a força da mulher negra brasileira, sem dúvidas ela é Elza Soares. A diva da MPB completou 90 anos recentemente, e, para comemorar, lançou a música Negão Negra, em parceria com Flávio Renegado. Em conversa com a coluna, a cantora afirma que toda a sua obra é uma forma de combate ao racismo ao mostrar a cultura de sua raça.
“Negão Negra mostra como o racismo estrutural existe. E a gente vem combatendo isso. O negro tem uma força, que eu não sei de onde vem, mas que ela sempre aparece”, comentou Elza. O clipe do manifesto antirracista traz imagens de protestos contra a discriminação e lembra os nomes de Marielle Franco, George Floyd e João Pedro Mattos, com a frase: “Em memória aos que perderam suas vidas para o racismo”.
Este ano, a cantora também lançou a música Onda Negra. “É Elza Soares mostrando raça, sua força. Minhas músicas mostram essa força violenta da cultura negra, uma cultura de raça, com sangue na veia. Que mostra o que veio a fazer”, diz. Durante o protesto #blackouttuesday, Elza pediu que seus seguidores substituíssem o quadrado preto por fotos de pessoas negras com a #ondanegra. “Sejamos luz, viemos para brilhar”, escreveu ela.
Elza ainda relembrou de A Mulher do Fim do Mundo, que faz uma homenagem a ela. “Esse clipe é uma coisa muito forte. Aquelas mulheres todas representando Elza, falando, sambando, cantando…”, comentou. A letra é quase uma biografia de sua história “Meu choro não é nada além de carnaval. É lágrima de samba na ponta dos pés. A multidão avança como vendaval. Me joga na avenida que não sei qualé”. Viva Elza Soares!