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Mais que um ritmo musical, o samba também é sinônimo de resistência cultural. Nesta quarta-feira (2/11), Dia Nacional do Samba, a coluna Leo Dias conversou com Teresa Cristina, precursora do movimento em reverência ao ritmo dentro e fora da internet, que ressaltou a importância e significado da data.
“Salve o Dia Nacional do Samba. Todo o significado do samba e tudo o que ele representa, é importante para um ano pesado como foi 2020. O samba é um gênero de acolhimento. Ele cura, acolhe. O próprio Noel Rosa já disse: ‘O samba é uma forma de oração’. Por si só, já é um acolhimento. E essa foi uma das palavras mais necessárias esse ano”, celebra.
A sambista aproveitou ainda para ressaltar que o gênero é sinônimo de resistência e, até hoje, ecoa nas vozes de nomes como Cartola, Noel Rosa e Pixinguinha, responsáveis por dar voz ao movimento.
“Aproveito esta quarta-feira de samba para envolver os leitores do querido Leo Dias com um verso do Candeia que cai muito bem para essa ocasião: ‘Enquanto se luta, se samba também’. E é isso. Quando cantamos um samba, estamos lutando pelo nosso direito, pela nossa existência e pelo nosso bem estar”, finaliza.
Milton Cunha
Milton Cunha já se tornou uma figura mítica do mundo do samba. Na data em que se comemora o Dia Nacional do Samba (2/12), a coluna procurou o carnavalesco e comentarista de Carnaval, que disse: “O samba produziu sabedoria, que chamo de Epistemologia do Ziriguidum – conjunto de conhecimentos sobre a vida em comunidade, cheia de fraternidade e união”.
E o samba, para ele (e para quem é bom sujeito, nada ruim da cabeça ou doente do pé), merece um dia todo seu. “Cantando e dançando, esta visão de mundo se opõe a uma crença da terrível seriedade como salvação ou da solidão como felicidade. Viva o Samba que produziu este milagre no Brasil, de ser uma possibilidade de afirmação popular na brutal exclusão praticada pela branquitude”, afirmou Milton.