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Em entrevista ao jornal O Globo, um dos funkeiros mais famosos do Rio de Janeiro com o ritmo 150 BPM, Rennan da Penha acusa Dennis DJ de levar créditos por produções suas no Domingão do Faustão, em 2019, enquanto estava preso em Bangu.
“É uma coisa que fico até com medo de ganhar um processo. Hoje, as pessoas cometem esse tipo de coisa e tem a cara de pau de processar a outra. É só você parar para raciocinar. Como você se sentiria chegando na comunidade três anos seguidos, fazendo música, criando conteúdo para a comunidade, para uma pessoa que mora num condomínio da Barra da Tijuca, sem nunca ter colado na favela, ganhar mérito com uma coisa que é sua luta?”, disse ele.
Nesta época, Rennan estava preso em Bangu, zona oeste, do Rio, após ser condenado em segunda instância por associação ao tráfico de drogas, no complexo da Penha, local onde nasceu e atingiu o sucesso. Ele cumpriu pena de 7 meses.
Ele ainda relatou sobre como era tratado do lado de fora. “Tive que ficar para trás e ainda ser chamado de ‘apertador de play’, quando eu estava preso, pelo Dennis. Uma atitude desprezível e covarde. Assim como foi com Tim Maia e Roberto Carlos, aconteceu com Rennan da Penha e Dennis. Eu crio conteúdo para o funk, eu não sugo”, conta.
Em fevereiro deste ano, Renann revelou em uma sequência de postagens no Twitter que chorou dentro da prisão ao assistir DJ tocar as produções. “Trágico e revoltante. Me lembro como eu chorei na cadeia assistindo esse cara tocar tudo que nós estouramos no Faustão, e ganhar o mérito sem nunca ter pisado no baile. Ainda fui alvo deboche da parte dele. ‘Apertador de play’. É rei da malandragem”, escreveu.
“Qual diálogo vou ter com um cara que me chamou de ‘apertador de play’? Eu tenho é que esperar ele me processar aqui em casa. Porque eu estava preso, sem direito de defesa, ele foi no Faustão tocar tudo o que eu fiz durante anos, eu tendo que ver aquilo ali. O cara não fez nada, nem um remix era, só comparar com as originais”, diz ao jornal.