Desgastado, BBB clama por reformulação para frear os “fãs de mutirões”
Coluna LeoDias analisa desgate que vai além do formato. É preciso repensar a participação do público
atualizado
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Na noite de terça-feira (25/4), a Globo promoveu uma das finais mais apáticas da história do Big Brother Brasil. Não é de agora que os sinais de desgaste são evidenciados. A chegada dos famosos no Camarote até deu uma sobrevida ao formato após o desastroso BBB19, mas não durou muito. Já no ano passado, era evidente a necessidade de uma sacudida, o que a temporada deste ano só reforçou (e como!). Para além do formato, a participação do público também precisa ser repensada, isso através do modelo de votação.
Há um entendimento de que o sistema atual desequilibra o jogo. Uma parcela, que está longe de representar a maioria – tanto em leitura da competição quanto em volume de pessoas – a partir de uma histeria, elege seu favorito, salientando uma rasa identificação, e decide lutar bravamente para fazer esse participante campeão, sem considerar o que ele faz no desenrolar do jogo, mesmo com uma desenvoltura aquém daqueles que realmente dão a cara à tapa na disputa e fazem o enredo acontecer. Assim, o “amor cego” dos fãs atropela todo e qualquer competidor que possa ameaçar seu favorito – ou melhor dizendo, enxergam como ameaça aqueles que realmente fazem o jogo acontecer.
Há o entendimento de que um sistema de votação como o de A Fazenda pode dar novos rumos ao reality. No formato atual, em que o voto é em quem deve ser eliminado, os verdadeiros favoritos ficam expostos. As torcidas organizadas elegem um rival. Enquanto isso, o público de casa – o grande público –, sem o jogo de cintura e força de articulação de redes como Twitter, se dividem sem querer, deixando o verdadeiro favorito na mira da histeria dos mutirões.
No sistema de votação como o de A Fazenda, em que o público vota em quem deve ficar, o foco realmente vai para aquele que é mais popular, sem que essa divisão seja predominante. Assim, quem é mais inexpressivo no jogo conta apenas com seus “fãs malucos” e tem na votação um reflexo de seu comportamento “planta”, já que possivelmente os “fãs de mutirões” não conseguiriam bater de frente com o grande público “não dividido”. Afinal, a torcida organizada precisa colocar suas atenções em seu “eleito” e não atacar os rivais, aqueles que verdadeiramente movimentam o jogo.