Compartilhar notícia
O empresário Marcos Mioto, pai do cantor Gustavo Mioto, e um dos maiores contratantes de show do Brasil, fez um apelo em suas redes sociais para pedir a volta aos shows, como já publicado por esta coluna. Com o aumento das denúncias que comícios estão sendo realizados sem qualquer restrição, procuramos Mioto para questioná-lo de que forma o empresariado analisa o fato de que políticos estão, de certa forma, fazendo “shows”.
“Tive uma reunião virtual com vários empresários e estávamos muito chateados com isso mesmo, mas entendemos que temos que esperar passar esse período eleitoral, sabe? Também entendemos que até final de novembro, segundo turno, muitas coisas irão mudar”, explanou o empresário.
Veja sertanejos apoiando a iniciativa de Marcos Mioto
“As pessoas já terão saído muito e aglomerado muito, isso facilita nossa volta e não nos colocaria em situação de conflito com a sociedade. Quando digo conflito, quero dizer críticas como “O show que está aglomerando”, pois não fomos nós quem incentivamos isso e, sim, varias e varias situações”, continuou.
Marcos acrescentou ainda que, diante deste cenário, os empresários optaram por não reclamar diretamente. Além disso, reforçou que o real problema para o setor são os eventos clandestinos, que acontecem por todo o país. “Estes nada tem a ver com os grandes produtores e as grandes empresas de eventos do Brasil”, comentou.
Mioto reforçou o comprometimento destas empresas e empresários em seguir as recomendações dos órgãos sanitários e de saúde de modo a preservar a segurança do público, colaboradores e artistas: “Esses profissionais estão preservando e cumprindo o que foi exigido”, afirmou.
Desemprego
Marcos lamentou pelas famílias que dependem da volta aos shows para sobreviver. Segundo a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), são 2 milhões de pessoas que trabalham no segmento. “O duro disso tudo é que milhares de profissionais ainda estão sem empregos, buscando sobreviver de outras funções”.
Quando perguntado se há um consenso, entre os empresários, para datas e protocolos de retomada, Marcos revelou que estes estão aguardando as decisões dos órgãos competentes. Mas, caso não haja um posicionamento, eles irão lutar para que, já em dezembro, os shows retornem, mesmo que não da forma tradicional.
“Resolvemos aguardar as decisões das autoridades por enquanto, mas esta ficando insustentável isso. Nem falamos pelos artistas exatamente, mais sim pelas equipes, são muitos desempregados.
Vamos aguardar mais uns 30 dias pra ver se as autoridades enxergam a devastação que está acontecendo em nosso setor, e que não demorem pra nos liberar. Vamos lutar para que em dezembro os eventos voltem, mesmo que em proporções menores, e que, de janeiro em diante, tudo normalize”, garantiu.
O empresário também falou da contradição que há dentro dos programas de flexibilização já que, segundo ele, bares estão cheios, comícios são realizados e, para os shows, não a perspectiva de retorno. “Toda essa nossa intenção é baseada no que falam sobre vacinas somado ao grande nível de contaminação que houve no Brasil para que as pessoas se sintam seguras de ir a um show assim como estão indo a bares, restaurantes, comícios, festas clandestinas, avenidas e baladas das cidades. Da forma que está, somente nosso setor está 100% prejudicado”, completou.