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Considerado um dos maiores produtores e DJs do funk, Dennis lança Lágrima por Lágrima, música do DVD O Impossível, nesta sexta-feira (06/8). Em entrevista à coluna, Dennis contou sobre ter Gusttavo Lima no projeto, com quais cantores deseja cantar, a forma como faz para se reinventar na indústria musical e falou de suas origens em Duque de Caxias.
Nesta sexta (06/8), você lança a música Lágrima por Lágrima, primeira faixa do seu DVD com a participação do Gusttavo Lima. É uma forma de expandir a carreira e chegar ao público do sertanejo?
De certa forma, sim. Hoje eu já faço, em média, uns 60 e 70 shows ao ano. Isso até a pandemia chegar. Fui o primeiro DJ a pisar no palco principal de Barretos. E outros que são 100% sertanejos. Então, eu já tenho uma ligação com o público, com a cultura, em si, por conta das apresentações que venho fazendo há anos nestas feiras agropecuárias. E já me misturava com esses artistas que estão participando comigo [no DVD], exceto os mais novos que despontaram na pandemia. Porém, os mais consagrados, a gente já dividia o palco. Já perdi as contas de quantas vezes subi ao palco com Gusttavo Lima. O DVD é para consolidar ainda mais isso.
Você começou a carreira aos 15 anos de idade em rádio comunitária, e a partir daí caiu nas graças do público sendo responsável por vários sucessos. Como é se reinventar a cada trabalho?
Essa coisa de se reinventar é viver o momento. Não fico olhando para trás para ver o que já fiz. Não tenho noção do meu tamanho e não quero ter. Sou ainda aquele menino de Duque de Caxias, que está olhando pra frente e que sonha em ajudar toda a sua família. Graças a Deus já ajudo. E penso que só tenho que trabalhar, porque a paixão da minha vida é fazer música e a alegria das pessoas.
Neste novo DVD você trouxe várias outras participações. São artistas que você tinha o sonho de gravar? Quem ainda falta para completar esse time?
Sempre quis gravar com Jorge e Matheus e nunca foi novidade. Em todas as entrevistas eu falava e dizia ao Jorge. Sou carioca do Rio de Janeiro e funkeiro. Sempre fui focado no funk em meus trabalhos. Confesso que não tenho muito tempo para ficar ouvindo música, pois já trabalho com isso. Mas nas horas vagas, sempre escuto Jorge e Matheus. Papo de ir ao show deles e cantar o repertório inteiro. É um sonho cantar com Bruno e Marrone também. Os vejo cantando na minha frente, e não acreditava. Leonardo, eu acompanho desde a minha infância, quando ainda tínhamos o Leandro no final dos anos 90. Sem falar de Chitãozinho e Xororó com Evidências. Via minha mãe sofrendo nos anos 1980 com a música. É um puta sonho, com certeza. Não bateu as agendas, mas falta Zé Neto & Cristiano, apesar de já ter gravado com os dois.
Durante a carreira é possível perceber que Dennis DJ vai do funk das comunidades até outros ritmos. Como é essa construção em você para saber pegar todos os públicos?
A música não tem barreiras e você ganha por ela. No meu set eu toco e sempre toquei de tudo desde o Castelo das Pedras [antiga casa de eventos no Rio] nos anos 2000. E quem é desta época vai lembrar que sempre misturei os ritmos. Funk com rock e sertanejo, que neste tempo era Morango do Nordeste e Falamansa. Sempre toco o que o povo quer ouvir.
O que o público pode esperar do novo projeto? Quais serão as maiores surpresas?
A maior surpresa é pensar que todos esses nomes estão cantando em cima de um beat do funk que nasceu nas comunidades do Rio de Janeiro. E se voltarmos para meados dos anos 1990, com todas as matérias negativas sobre o funk, onde marginalizaram o ritmo, é bonito pensar que hoje os maiores artistas do Brasil estão cantando músicas inéditas feitas por um favelado de Duque de Caxias, que tinha tudo para dar errado. As pessoas vão se surpreender muito, porque a mistura está boa. Fiz questão de trazer instrumentos do sertão, como a sanfona e viola, mas junto com o nosso beat do funk. Inclusive revisitei os beats antigos e misturei com os de hoje.