Demitido, editor critica chefe do jornalismo da Globo: “Um pangaré”
Tonico Duarte dava expediente na redação do Jornal da Globo e condenou demissões recentes da emissora em postagem no Facebook
atualizado
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Não é novidade que o clima anda tenso nos bastidores da TV Globo, depois das recentes demissões promovidas pela emissora. O corte de profissionais experientes no departamento de jornalismo, que tem provocado duras críticas nos corredores das redações — no Rio de Janeiro e em São Paulo –, também tem revoltado antigos colaboradores do canal. É o caso de Tonico Duarte, editor que atuou no Jornal da Globo. No Facebook, ele dirigiu comentários duros ao diretor de jornalismo global, Ali Kamel, a quem definiu como “um pangaré”.
O desabafo do ex-editor foi publicado junto da notícia da demissão dos jornalistas Renato Machado e Francisco José, na última quarta-feira (1º/12). No texto, Tonico ironiza as cartas que o chefe do jornalismo da Globo, Ali Kamel, costumava enviar quando demitia profissionais tarimbados da redação. “As melodramáticas cartas de despedida do Ali Kamel. Como ele não sabe escrever, elas soam como os bolerões cafonas de Carlos Alberto ou Lindomar Castilho. Poderia resumir a coisa pra: ‘Tio, está com muito cabelo branco, chegou a hora de comprar um sítio e criar galinhas'”.
No fim da publicação, homenagens aos profissionais dispensados e uma dura crítica ao todo-poderoso do jornalismo da Globo: “Trabalhei com Gaspar, Zé Hamilton, Chico José, Isabela e Renatão, entre outros. São todos puros-sangues da profissão. Quem os rifa, um pangaré”, acusou.
Recém-demitida pela emissora, a jornalista Isabela Assumpção fez questão de comentar a postagem de Tonico Duarte. A repórter, que foi demitida pela Globo depois de 41 anos de trabalho na emissora, pintou Ali Kamel como uma figura distante. “Não recebi nenhuma carta do Ali. Nem poderia! Afinal, nesses anos todos, todas as vezes em que nos encontramos, em SP ou no Rio, ele sequer me deu um oi. Seguiu em frente, com o olhar perdido no deserto, sem me olhar. Acho que esperava que eu me prostrasse aos pés dele, dizendo Alá seja louvado! Mas eu não fiz, não! Então, sem olá, nem adeus! Mais verdadeiro, de ambas as partes”.
O comentário da antiga companheira de trabalho motivou Tonico a escrever mais. Em resposta ao texto de Isabela, o jornalista voltou a criticar o antigo chefe: “Também não recebi nenhuma carta. Ainda bem, porque escrever não é o forte do amigo. Um especialista em, ao cruzar com você, enfiar a cara no telefone para fingir que estava decidindo como a TV Globo ia cobrir a Terceira Guerra Mundial”, publicou.
Antes de deixar a emissora, Tonico Duarte era responsável pela edição do quadro comandado por Nelson Motta no Jornal da Globo.
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