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Em julho, a coluna adiantou que a liberdade de Ronaldinho Gaúcho estava cada vez mais próxima. Preso em março no Paraguai junto do irmão, Assis, após serem abordados com documentação falsa, os irmãos irão enfrentar a Justiça do país no dia 24 de agosto, data marcada para a audiência preliminar com juiz paraguaio Gustavo Amarilla.
A expectativa é que o magistrado decida pela soltura dos dois após a conclusão das investigações do Ministério Público e posterior pedido ao judiciário da suspensão condicional do processo na última sexta-feira (7/8). Porém, analistas apontam que as declarações do advogado de Ronaldinho e Assis podem atrapalhar a conclusão.
Em 8 de março, o advogado Sérgio Queiroz concedeu entrevista coletiva em Assunção criticando a atuação da Justiça do Paraguai. “É uma prisão ilegal pela qual estão passando os dois. Ilegal porque foram desrespeitadas, todas as prerrogativas processuais penais vigentes aqui no Paraguai”, afirmou, à época.
Na semana passada, fez uma nova declaração: “Foram cinco meses! Quem vai pagar por isso? Perderam a liberdade sem nunca ter tido um indício de prova contra eles. Nunca teve nada. Apenas agora começaram a fazer justiça”, afirmou o ao G1 no último dia 7.
As alegações acenderam um alerta, aponta o criminalista brasileiro Gil Ortuzal. Para ele, a declaração de que Ronaldinho “nunca teve nada” e “perderam a liberdade sem nunca ter tido um indício de prova contra eles” causa estranheza, pois a defesa está aceitando a suspensão condicional do processo. Para o especialista, estão aceitando um erro, um delito, e ainda terão de pagar 200 mil dólares, exigência dos promotores.
“O país é soberano e o juiz é quem está com a caneta, é dele a decisão final, e é preciso conduzir a situação com diplomacia”, frizou Ortuzal. Um dos pontos que vão contra a assertiva de Queiroz é o fato de que, ao ser preso, Ronaldinho se comprometeu a não sair do país. Porém, as investigações descobriram que o brasileiro havia marcado um voo de carreira de volta ao Brasil, que fez o MP determinar que eles ficassem detidos no Paraguai.
“Ronaldinho não precisava ir ao Paraguai com esses documentos falsos. Agora, ele e o irmão saindo na condicional, terão que cumprir determinadas exigências previamente estabelecidas ou poderão ser presos novamente”, completou Ortuzal. Caso o juiz decida por não liberar o ex-atleta e seu irmão, os advogados terão de entrar com novos recursos na tentativa de reverter a sentença.