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Conheça Japãozin, dono do hit Carinha de Neném e sensação do piseiro

Em apenas 9 meses, Japãozin emplacou um hit, virou sensação no Nordeste e já contabiliza 300 shows e 2 milhões de ouvintes mensais

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Fotos de: Alexsandre Rafael Dias Calango
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1 de 1 foto-abre-japaozin-2022 - Foto: Fotos de: Alexsandre Rafael Dias Calango

A coluna LeoDias viajou até Campina Grande, na Paraíba, para acompanhar um show de Japãozin, o cantor dono do hit Carinha de Neném, que viralizou no TikTok e tem conquistado o Nordeste. De origem humilde, ele viu sua vida se transformar em apenas nove meses com um estouro na carreira que hoje o faz contabilizar quase 300 shows e mais de 2 milhões de ouvintes mensais no Spotify. 

Nossa reportagem o acompanhou no São João do Bar do Cuscuz, local de história para Japãozin, que anos antes trabalhava no local como ajudante de camarim. O show era privado, mas estava sendo acompanhado por olhos atentos do outro lado do muro, que no final do evento, por sinal, receberam muito carinho e atenção. Jovens e até crianças que estavam trabalhando na rua vendendo balas declararam sua admiração pelo cantor, que na cidade é visto como uma fonte de inspiração como alguém que “chegou lá”.

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O cantor se apresentou nessa quinta-feira (23/6)
Cantor despontou nacionalmente com o hit Carinha de Neném
O novo astro do piseiro tem origens no funk e no rap
Cantor animou a plateia
É o primeiro São João depois da fama
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Japãozin animou o São João em Campina Grande (PB)

Alexsandre Rafael Dias Calango/Divulgação
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O cantor se apresentou nessa quinta-feira (23/6)

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Cantor despontou nacionalmente com o hit Carinha de Neném

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O novo astro do piseiro tem origens no funk e no rap

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Cantor animou a plateia

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É o primeiro São João depois da fama

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Japãozin é uma das apostas do gênero

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Japãozin, nascido em Embu-Guaçu, em São Paulo, se mudou para Campina Grande ainda criança e viveu uma realidade difícil e muito humilde. Para ajudar seu pai, trabalhou desde cedo como ajudante de pedreiro e chegava a andar quase 15 km do local de trabalho até em casa. De acordo com ele, o pouco que ganhava não era usado para o transporte, mas para a “feira da casa”, termo bastante usado na região para se referir às compras no mercado. 

O início na música

A trajetória musical começou de forma despretensiosa. Japãozin contou que escreveu a primeira canção em homenagem a amigos que faleceram e desde então, com o apoio de pessoas próximas, foi lentamente ingressando na carreira. 

Mas, diferentemente do que canta hoje, ele iniciou por meio do funk e do rap, gêneros que, de acordo com ele, são recebidos com certa relutância na cidade. O que ele fez? Bem, um estilo muito próprio de piseiro com as letras aceleradas do rap e ousadas, como no funk, diferente do cenário que se vê nas românticas de João Gomes, por exemplo.

“Com o nascimento do meu segundo filho, eu decidi buscar portas aí eu vi que o funk na paraíba é um pouco difícil, porque aqui é mais bregadeira, piseiro, forró e eu moro em uma cidade que são 30 dias de festa ouvindo forró. Ela carrega o nome de ter o maior São João do mundo, então eu tentei buscar por outros gêneros e foi no piseiro que eu me destaquei, levei meu rap e meu funk e tentei adaptar para o meu estilo”, explicou. 

Com sons que caíram no gosto de amigos e pessoas próximas, percebeu que ele e a música de fato tinham tudo a ver. A profissionalização começou quando um amigo DJ propôs gravar suas músicas, mas com uma condição: que ele se mantivesse no gênero piseiro. Foi também por meio deste amigo que ele conheceu o empresário que lançou nomes como Marcynho Sensação, também dono de hits, e que, neste primeiro momento, o levou para a gravadora Sua Música. Na época, ele trabalhava em uma pastelaria, mas para se dedicar totalmente à música e conseguir garantir o sustento de sua família, passou a vender suas próprias roupas na rua. Emocionado, ele relembrou a história. 

“Eu comecei um emprego em uma pastelaria logo assim que comecei a gravar o CD. Esse emprego começa 4h e ia até 17h, era muito puxado, mas ainda assim eu consegui fazer os dois. Só que eu tinha medo de quando a empresa me procurasse e não estivesse disponível (…) Aí eu comecei a vender minhas coisas e pedi pra sair do emprego para ficar 100% no projeto (…). Nunca que eu imaginaria que quando a gente lançasse o CD, teria que nos programar para uma agenda de 30 shows no mês”, relembrou. 

O hit Carinha de Neném

Com um álbum de letras autorais praticamente pronto, surgiu na gravadora a música Carinha de Neném, que em um primeiro momento foi sugerida a outro artista. Mesmo com poucas apostas na música, ele aceitou o convite de gravá-la, mas só foi perceber o potencial da faixa quando viu seu filho cantá-la sem parar. 

“Quando ela chegou, de imediato corri para dentro do carro, pedi o playback e falei: ‘Vamo malhar essa, é muito boa’. Só que eu também sentia no fundo que não era uma música muito parecida com as minhas, eu não apostava tanto. Aí eu lembro que eu estava dentro do carro com os meus guris – Bryan e Kayan – cantando a música dentro do carro e aí eu pensei: ‘Rapaz, essa música é nada mais nada menos que um chiclete'”, disse, rindo. 

Dito e feito, a música viralizou em questão de dias. Em 24h, meio milhão de visualizações no YouTube e o feito de entrar no Top de músicas do momento do TikTok com mais de 150 mil vídeos reproduzidos com a faixa e 250 mil curtidas no perfil. Em 15 dias de lançamento, 10 milhões de visualizações no clipe oficial, que atualmente acumula 77 milhões. 

Com o sucesso, em setembro de 2021 fez seu primeiro show na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para 6 mil pessoas. Em apenas poucos meses ele viu sua vida mudar completamente, mas uma coisa sempre o acompanhou: a fé. Em todos os eventos, o mesmo ritual: uma oração com toda a equipe antes do show e um terço pendurado em um dos dedos da mão. Esta fé também o acompanha tatuada na pele com o dizer “Deus na frente sempre” e em praticamente cada momento desta entrevista. Sobre isso, ele comentou:

“Foi por meio de oração, desse apego com Deus que virou a chave (…) Tinha dias que eu falava, ‘hoje a gente vai amanhecer com a barriga seca e dormir com ela mais seca ainda’. Imagina você com dois filhos pequenos, andando à pé, vendendo suas roupas, mas era só pra comprar alimento pra colocar dentro de casa. No pior momento, quando zombavam, eu não sei explicar… Um dia você não tem o que comer e no outro pode fazer o que quiser da vida”. 

O Japãozin

Mas afinal, por que Japãozin? Nós tratamos de esclarecer o motivo. A história do nome artístico tem a ver com um apelido que ele sempre recebeu por conta dos olhos puxados na hora de ser clicado nas fotos, ele explicou aos risos. 

Sobre os planos futuros, ele defende manter os pés no chão, mas sempre com muito otimismo. Perguntado se sente pressão a emplacar novos hits, ele respondeu. “Eu tô tão confortável, tenho muita fé em Deus que logo, logo a gente lança mais uma, porque tudo que a gente faz, toca. Em todos os lugares que eu chego, está tocando (…) A gente criou a identidade e pra mim acabou, eu sei que uma hora ou outra vamos emplacar de novo”, disse.

Ele também reforça o quanto é grato pelas primeiras conquistas, em especial o primeiro sonho, que era conseguir aposentar seus pais. “Eu disse ‘pai, você não precisa trabalhar mais não, você tá aposentado para o resto da vida, nem que lá na frente a música caia, eu termine, mas a gente divid’e. Essa é a minha maior vitória e conquista, tirar meu pai do sol quente. Hoje ele não pega em uma pá”, falou, emocionado.

O segundo sonho ainda está em construção: comprar uma casa própria para viver com a sua mulher e seus três filhos. Vitória, a mais nova caçula, tem nascimento previsto para novembro deste ano e já recebe até dedicatória ao final dos shows.

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