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Como a política destruiu a brilhante carreira de Regina Duarte

Posicionar – e mais do que isso, embarcar no Governo – fez a trajetória da atriz ser colocada para escanteio

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Foto de Regina Duarte usando blusa branca com o cabelo preso - metrópoles
1 de 1 Foto de Regina Duarte usando blusa branca com o cabelo preso - metrópoles - Foto: Divulgação

É fato que Regina Duarte é dona de um dos mais brilhantes currículos da história da dramaturgia brasileira. Até 2018, pelo menos, não era exagero colocá-la na mesma prateleira que Fernanda Montenegro e Nathália Timberg. No entanto, a partir do momento em que a atriz embarcou em um posicionamento político mais ferrenho – e mais à frente passou, efetivamente, a fazer parte do Governo Federal, embora de forma relâmpago – sua trajetória na atuação foi colocada para escanteio. Mais do que isso: ela passou a ser ignorada, custando sua até então sólida e brilhante carreira de atriz.

Não é de hoje que a coluna LeoDias reforça a importância de artistas terem consciência do que está em jogo antes de optarem por posicionar-se politicamente, o que não entra no mérito da posição em si, de qual lado é o certo ou errado. Dar a cara a tapa requer certeza, o que parece ser o caso de Regina, haja vista que ela mantém até hoje a posição que ganhou contornos mais enfáticos a partir das eleições de 2018.

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Atriz viveu Helena em Páginas da Vida
Regina Duarte
Regina Duarte
Regina Duarte e Bolsonaro
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Regina é ex-secretária de Cultura do governo de Jair Bolsonaro

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Atriz viveu Helena em Páginas da Vida

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Regina Duarte e Bolsonaro

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Regina e Bolsonaro juntos

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Regina Duarte e Jair Bolsonaro

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Viúva Porcina e Sinhorzinho Malta de Roque Santeiro

Rede Globo/Divulgação

Ao longo das décadas de vida pública, Regina Duarte nunca foi dada à isenção, embora optasse por posições mais discretas se comparadas à postura adotada nos últimos anos. Em 1985, por exemplo, apoiou Fernando Henrique Cardoso nas eleições municipais para prefeito de São Paulo e chegou a fazer um apelo pelo voto útil, contra Jânio Quadros. Em 2002, seu apoio foi a José Serra no pleito presidencial e ela, inclusive, causou polêmica com um depoimento temendo, à época, um possível governo Lula.

O antipetismo sempre fez parte do discurso político de Regina. Em 2018, surge então um candidato com justamente a narrativa que ela sempre defendeu. Principalmente com Lula preso, é inegável que a vitória de Jair Bolsonaro naquele ano teve como um dos motores os anseios por mudanças após anos de PT.

Quando começou a desandar

Foi aí que a coisa começou a desandar para Regina Duarte. De alguma forma, ver ganhar força o movimento político bastante alinhado aos ideais que elas sempre defendeu a fez não conseguir equilibrar seu ofício e sua posição política como vinha fazendo até então. O ato mais representativo neste sentido se deu em fevereiro de 2020, quando a atriz e a Globo entraram em um acordo e encerraram o contrato de mais de 50 anos.

Isso se deu após Regina ser convidada por Jair Bolsonaro para assumir a Secretaria Especial da Cultura. Para fazer parte do Governo, ela precisou abrir mão de seu contrato por conta das diretrizes da Globo.

Para além de perder a vitrine – leia-se Globo -, Regina viu seu nome envolvido em uma série de situações controversas, que aos poucos foram ofuscando até mesmo os títulos que pareciam perpetuados através das emblemáticas personagens como a Namoradinha do Brasil de Minha Doce Namorada (1971), a revolucionária Malu Mulher (1979), a irreverente Viúva Porcina de Roque Santeiro (1985), as batalhadoras Raquel de Vale Tudo (1988) e Maria do Carmo de Rainha da Sucata (1990) e também as pelo menos três Helenas de Manoel Carlos.

Como Secretária Especial da Cultura, Regina Duarte fez a internet borbulhar com uma entrevista classificada como “desastrosa” e movimentou notas de repúdios de ativistas e entidades. Regina minimizou mortes e torturas durante a ditadura militar, além de ter apostado em uma piada musicada de um passado nada glorioso para o Brasil.

Naquele momento, voltou à cena o polêmico rumor de que ao longo da carreira a atriz foi refém do ponto eletrônico, que sempre teve alguém ditando as falas em seu ouvido diante de sua dificuldade em decorar os roteiros. Não faltaram comentários associando o “despreparo” durante a entrevista à ausência de instruções no ouvido.

Saída do governo

Regina não durou três meses na função de Secretária Especial da Cultura. Deixou o cargo com a promessa de que faria parte da gestão da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, o que não ocorreu.

Sua saída do governo, porém, não representou o fim da sucessão de atitudes questionáveis. No auge da pandemia, por exemplo, usou as redes sociais para deixar clara sua posição antivacina. No ano passado, no Dia da Consciência Negra, novamente nas redes, polemizou ao pedir o Dia da Consciência Branca.

Sua postura nos últimos quatro anos não condiz mais com a imagem construída ao longo das mais de cinco décadas de Globo. Tanto que a atriz não foi convidada pela emissora para o programa 70 Anos Esta Noite, especial sobre as sete décadas de novelas no Brasil.

Para além disso, Regina também perdeu o apoio entre os mais longevos amigos. “Não pode acabar assim, Regina! Capricha para não acabar assim!”, foi desta forma que se referiu a ela, em apelo público na redes, Lima Duarte, seu mais memorável par romântico como Sinhozinho Malta em Roque Santeiro.

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