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Segundo informações enviadas a este colunista, o jogador Luís Fabiano está sendo acusado de ter comprado um Porsche avaliado em R$ 490 mil usando cheques sem fundo. O dono do automóvel, que prefere não se identificar, acionou a Justiça, que bloqueou a conta bancária da empresa do jogador. Já foram pagos R$ 222 mil, restando ainda R$ 268 mil para a quitação. O jogador afirma que, na verdade, foi vítima de um golpe.
Em entrevista à coluna Leo Dias, o dono do veículo garante que a venda do carro se deu em fevereiro de 2019 e que toda negociação foi feita diretamente com o empresário do jogador, pessoa a qual ele confiava, pois, segundo ele, conhecia há anos. Na transação, o craque teria dado, como pagamento, 5 cheques no valor de R$ 76 mil, um carro avaliado em R$ 70 mil, além do valor de R$ 35 mil, que seriam depositados na conta da parte que faria a venda. No entanto, ainda segundo o proprietário, apenas 2 cheques foram compensados e o dinheiro nunca foi transferido.
Veja documentos enviados à coluna pelo dono do Porsche
“Toda a transação foi feita através do empresário dele, Luís Felipe, mais ou menos, em fevereiro de 2019. Na negociação, acertamos o valor de R$490.000 e ele falou: ‘Ele vai financiar o carro e eu preciso do DUT [documento único de transferência] preenchido e aí eu vou mandar para o banco. Mas eu preciso disso rápido’. O Luís Felipe, conheço há alguns anos e confiei, né? Eu estava no exterior. Os dias foram passando e ele falava que o banco pediu prazo, que estavam negociando juros. Aí ele disse que não ia financiar mais e que iria dar cheques pré-datados que recebia de aluguéis do Luís Fabiano”, contou o empresário dono do automóvel de luxo.
Ele também acrescentou que, depois de algumas semanas. Luís Felipe disse que passaria uns cheques da própria empresa do jogador, a LFC, a serem depositados a cada 2 ou 3 dias, tempo do pagamento dos aluguéis. “No dia que era para depositar o primeiro, ele ligou para suspender e disse para dar uma segurada porque o cara que ele tem negócio acabou depositando um cheque grande lá e o deixou meio sem caixa. Ele buscou os cheques e disse que iria resolver e pagar tudo à vista. Esses cheques ficaram mais um tempo com ele e nada!”. De acordo com informações fornecidas pelo dono do Porsche, os contatos foram mantidos até outubro de 2019 e, depois disso, ele nunca mais conseguir falar nem com Luís Felipe nem como jogador. “A gente ia pedir o bloqueio da venda do carro. Mas, quando aconteceu tudo isso, ele passou para outra pessoa e já o vendeu”, revelou.
O outro lado
Procurada pela coluna, a assessoria do jogador informou que Luís Fabiano foi vítima de um golpe, que começou com o recebimento de um cheque roubado como pagamento por um carro que ele possuía. “Em janeiro de 2019, Luis Fabiano vendeu um automóvel Chevrolet Suburban. A venda foi intermediada por Luiz Felipe Lombardi, pessoa conhecida do atleta. O pagamento do automóvel se deu por meio de um cheque de um terceiro, mas quando Luis Fabiano o depositou, descobriu que tratava-se de um cheque roubado”, diz nota enviada à coluna.
O texto continua afirmando que Fabiano tentou resolver a situação, sem sucesso. “Em vias de entrar com um processo judicial para tentar solucionar o problema, em abril de 2019, Luis Fabiano recebeu uma proposta, trazida por Luiz Felipe, para saldar a dívida. Ele [o empresário] oferecia um Porche Cayenne 2019 com valor superior ao que era devido ao atleta e Luis Fabiano pagaria a diferença. Luis Fabiano aceitou a proposta e a negociação ficou definida da seguinte forma: abatimento da dívida com o atleta e pagamento de 4 parcelas referentes à diferença do valor, que foram pagas pela LFC, empresa de Luis Fabiano, por meio de 4 cheques pré-datados”, explicou a assessoria.
No entanto, o acordo teria sido descumprido, tendo o empresário apresentado os quatro cheques de uma única vez em maio, segundo a assessoria. “Dois dos cheques foram pagos no ato da apresentação, um deles antes da data acordada inclusive. Desconfiando de má fé, Luis Fabiano sustou os dois outros cheques, que tinham vencimento para os meses seguintes, até que o fato fosse devidamente esclarecido. Foi então que o empresário fez, alguns dias após esse fato, um boletim de ocorrência contra Luiz Felipe, mencionando Luis Fabiano, alegando o não pagamento das duas últimas parcelas do carro”, informa o texto.
“No entanto, esse B.O. foi expedido em data anterior ao vencimento das duas últimas parcelas acordadas (previstas para 28/05/19 e 28/06/19), o que mostra que ele, além de descumprir o acordo comercial, não tentou receber as parcelas que faltavam amigavelmente e usou de má fé mais uma vez”, continua. A assessoria finaliza a nota afirmando que “não havia mais como tratar desse assunto fora da esfera jurídica, Luis Fabiano não teve outra opção a não ser a discussão na via judicial”.