Cefaleia refratária: o que é a condição que atinge Virginia novamente?
Coluna LeoDias conversou com o neurocirurgião e neurologista Wanderley Cerqueira de Lima
atualizado
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Na terça-feira (12/7), Virginia Fonseca voltou a relatar crises de enxaqueca durante a gravidez. Em maio, a influenciadora digital ficou alguns dias internada por conta das dores de cabeça e foi diagnosticada com cefaleia refratária. A coluna LeoDias procurou um especialista para entender melhor a condição.
Cefaleia refratária são dores de cabeça comuns, porém constantes, que possuem um difícil tratamento e que não respondem a qualquer medicamento.
Segundo o neurocirurgião e neurologista Wanderley Cerqueira de Lima, do Albert Einstein e Rede D’Or e Diretor do WCL Neurocirurgia, as cefaleias são comuns nas mulheres e, geralmente as dores de cabeça, tipo enxaqueca, tendem a melhorar durante o período da gravidez, mas em algumas mulheres, no primeiro trimestre, devido às intensas alterações hormonais do período, elas aparecem com frequência, o que precisa ser investigado.
“Como a influenciadora Virgínia está grávida, a dificuldade no tratamento é um pouco mais delicada pois ela não pode ser submetida a qualquer tipo de medicação, uma vez que a condição merece cuidado extra. O que ocorre é que ao ministrar medicamentos temos que ter cuidado para que a mesma não passe para a placenta e atinja o bebê”, explica o médico.
Apesar de tratar-se de dores constantes e com um difícil tratamento, no caso de Virginia a cefaleia refratária não chega a ser perigosa e nem incomum. Isso desde que feito todos os exames necessários e que não seja constatada nenhuma lesão estrutural, uma lesão no cérebro como um tumor, por exemplo. Se não é o caso do paciente, o tratamento é mesmo medicamentoso, e nesse início de gravidez, repouso.
A cefaleia tipo enxaqueca por si só será potencialmente grave para a gestante, ou o feto, se a paciente apresentar uma doença neurológica aguda e grave, como por exemplo coágulos no cérebro, vasculites (inflamação dos vasos do cérebro), aumento da pressão dentro do crânio consequente a trombose de veias, acidente vascular cerebral com obstrução de artérias ou até hemorragias intracranianas.
“As manifestações dos sinais e sintomas são muito individualizados. Deve-se ter um alerta quando a cefaleia muda de característica, intensidade e se há identificação de comorbidade, tipo neoplasia, HAS (hipertensão sistêmica descontrolada), gravidez, cardiopatia, o uso excessivo de analgésicos, febre e rigidez de nuca”, explica Wanderley Cerqueira.
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