Caso Wanessa: entenda como Buaiz influenciou a carreira musical dela
Empresário foi responsável por grandes parcerias internacionais da esposa e pela transição para o gênero sertanejo
atualizado
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A coluna LeoDias teve acesso a algumas informações sobre os obstáculos enfrentados por Wanessa na carreira musical, que consequentemente a prejudicaram no casamento com Marcus Buaiz. O tema, por várias vezes, foi motivo de discusssões entre o ex-casal. Wanessa chegou a dizer que o empresário a impedia de alçar novos voos.
Contudo, sua inconstância na música também deu a sensação de que ela não assumia compromissos. Buaiz, por sua vez, teve uma grande influência nessas transições e chegou a investir pesado para que Wanessa se tornasse um grande nome na indústria fonográfica.
Wanessa, ainda com 17 anos e sem qualquer experiência, assinou seu primeiro contrato no ano de 200o para gravação de uma música. O destino para a execução deste foi Nashville, considerado o berço da música country nos Estados Unidos, um celeiro de grandes talentos e produtores renomados. Seu início, sobretudo, foi com agentes internacionais.
A partir do seu primeiro estouro musical, O Amor Não Deixa, ela começou a ser massacrada em comparações com Sandy e atribuída como uma figura com privilégios no meio artístico, por ser filha de Zezé Di Camargo.
A vaia em premiação e o apoio de Rita Lee
O primeiro CD de Wanessa foi um sucesso – no Prêmio Multishow 2001, ela ganhou como Artista Revelação-. João Marcello Bôscoli, na ocasião, puxou uma vaia quando ela subiu ao palco, já com 18 anos. Rita Lee foi quem a apoiou. Wanessa tem amor por Rita, além da gratidão por tê-la acolhido num momento de vulnerabilidade.
Os três primeiros álbuns de Wanessa, que levavam o “Camargo” na assinatura, foram pop/romântico com um “Q” de country. Na época, o pop no Brasil não era bem visto e nem desenvolvido. Então, todas as músicas que existiam eram versões de alguma produção gringa. Sandy e Junior, por exemplo, faziam muito isso.
Explosão do primeiro pop/reggaeton do Brasil e a despedida das rádios
Depois dessa consolidação, Wanessa quis partir para uma outra fase musicalmente. Suas referências eram Michael Jackson e Madonna, dois nomes que a influenciaram para a criação do álbum W, em 2005, com Amor Amor, que segundo os fãs da cantora, é o mais bem produzido e estruturado.
A artista estava num momento vocal muito bom de técnica e repertório, inclusive, Amor Amor foi o primeiro reggaeton do Brasil. O pop latino dela foi muito bem aceito e, por isso, esperava-se que o próximo trabalho, então, fosse algo pela mesma linha, algo mais dançante. Contudo, veio um álbum mais lento e que marcou a despedida dela das rádios populares.
Marcos Buaiz, à época, mesmo como sócio da Jovem Pan no Espirito Santo, não conseguiu emplacá-lo. As músicas eram barradas e o motivo era o sobrenome de Wanessa, muito associado ao pai e ao gênero sertanejo. Nos bastidores, alegavam que o público da rádio torcia o nariz, achavam brega e não a reconheciam como estrela do pop.
Carreira internacional e influência de Marcus Buaiz
Foi quando Wanessa Camargo se tornou apenas Wanessa que Buaiz mais investiu na carreira dela e conseguiu fechar grandes parcerias internacionais. Empresário da noite com enorme prestígio no meio, Marcus teve dedo no hit Fly, um feat com Ja Rule, que explodiu nos quatro cantos do país.
Entre 2009 e 2010 foi quando ele mais mexeu pauzinhos na carreira de Wanessa, que abriu o show de Beyoncé na tour da popstar internacional por aqui. Depois disso veio o CD em inglês, DNA, que foi bastante “atrapalhado” pela primeira gravidez.
Ela rodou muitos programas com ele, mas muito menos que nos anos anteriores, pois achava também que era um trabalho para um público específico, fora do mainstream. De olho no pop eletrônico, Wanessa gravou em inglês, mas nada voltado para fora. Não existiu um trabalho de marketing para vender essas músicas para outros países, mas alguns Dj’s da Europa e dos Estados Unidos pegaram algumas dessas músicas e ela pssou a ser tocada lá fora.
Rompimento com a Sony Music
A gravação do DVD veio um ano depois, em 2012. Era um sonho da cantora, mas que a Sony negou a ela por muitos anos. Em 2013, quando ia começar a divulgação do DVD, veio a segunda gravidez que impediu a tour desse DVD.
Os fãs, então, já sonhavam com a volta dela aos palcos pós-gravidez para comemorar os 15 anos de carreira. A Billboard chegou a publicar que seu álbum, à época, era o mais aguardado para o segundo semestre de 2015, mas Wanessa sumiu.
A transição para o gênero sertanejo
Foi então que veio o rompimento com a Sony Music e o ingresso no sertanejo. Em 2016, quando desfilou no Carnaval do Rio em homenagem a Zezé Di Camargo, seu look foi detonado. No meio disso, ela começou a divulgar teasers que davam os primeiros indícios da transição de gênero musical.
Ao fim do Carnaval ela assinou com a WorkShow graças a Marcos Buaiz, que a ajudou na ideia. Os fãs, por sua vez, não se identificaram em nada com esse projeto, afinal a cantora era totalmente imersa no universo musical gay-friendly.
Com o álbum 33, muitos fãs viraram as costas para Wanessa. O público sertanejo também não comprou a ideia, pois não a enxergavam como estrela deles. Para muitos do meio, ela ainda era só a filha de Zezé, mesmo com 15 anos completos de carreira. Nessa época a artista fez poucos shows e não tinha tantos contratantes interessados, mesmo sendo colocada ao lado de Maiara, Maraisa e Marília Mendonça no projeto Patroas.
A retomada com o público LGBT e a resistência
2018 veio e Mulher Gato marcou a volta dela ao pop e o rompimento com a Workshow. Próximo do Festival Milkshake, conheceu a cantora e drag queen Lia Clark, com quem gravou uma parceria.
Nesta fase, Wanessa desembolsou muito dinheiro, pois já não tinha nenhuma gravadora por trás. Caminhando sozinha, ela teve tratamento de estrela ao desembarcar no México, onde selou parcerias com o poderoso Jaime Camil (ator e cantor, ex de Adriane Galisteu). O italiano Gigi D’Alessio também foi uma novidade na carreira independente de Camargo.
Desde então, a cantora gravou músicas de maneira “picada” até conseguir fazer um álbum em 2020, ano da pandemia, que inclusive ganhou a versão física ano passado – um trabalho de formiguinha -. Hoje Wanessa não se prepocupa mais em fazer números, pois já foi número um no Brasil, com músicas estouradas nas rádios, novelas, já apresentou programa, teve boneca, linha de calçados: explodir novamente já não é uma prioridade em sua vida.
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