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Por que, nesta segunda-feira (28/6), a Record – durante a cobertura da morte do Lázaro, o famoso serial killer de Brasília – bateu a Globo, em sete capitais, inclusive a mais importante de todas, São Paulo?
A resposta não é simples e tem que servir de lição de casa para quem faz jornalismo de televisão nos dias de hoje. O telespectador atual não é mais o mesmo. Ele é questionador, quer absorver a maior quantidade possível de informações e não tem preconceito com veículo algum.
Atualmente, o telespectador quer apenas ter certeza de que a informação é verídica. Por isso, assiste ao noticiário com o celular na mão, recebendo mais e mais informações, ininterruptamente.
Redes sociais e apresentadores
E é aí que a Record cresceu: com as contas de seus apresentadores nas redes sociais. O fenômeno pode ser observado especialmente no perfil de Luiz Bacci, apresentador do Cidade Alerta. O Instagram dele se tornou um máquina de informações em alta velocidade.
Só na última semana, o jornalista atingiu 1 bilhão de impressões em seus Stories. Quer mais? Bacci trouxe de volta o jovem para a TV. O tão cobiçado jovem, que menospreza o veículo mais popular do país. Nenhum apresentador Globo, nem mesmo a própria emissora carioca, tem uma rede social tão poderosa quanto a de Bacci.
Mas é necessária uma crítica: há um certo tom “caseiro” em suas publicações, que poderiam ser mais bem produzidas. Parece até que é o próprio apresentador que as faz. Enfim, esse “cross”, unindo TV e internet, fideliza demais a audiência.
Mesmo quando o telejornal acaba, ainda que esteja no intervalo comercial, as redes sociais mantêm a audiência presa. Outro fator muitíssimo importante: o público está cada vez mais crítico e questionador. Não aceita facilmente o que um veículo diz.
Nesta segunda-feira (28/6), por exemplo, o secretário de Segurança informou que Lázaro chegou com vida ao hospital. Em poucos minutos, a foto do bandido crivado de balas, com mais de 20 tiros, desmentia toda a declaração do policial. Não dá para querer achar que o público acredita em tudo o que vê na TV. Não dá para menosprezar o enorme acesso à informação do povo. Tá tudo aí, na palma da mão. E a TV que não entender que rede social e TV têm que andar lado a lado vai ficar para trás. Ou melhor, já está ficando para trás.