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Com mais de 1 milhão seguidores no Instagram, Karen Kardasha, é o mais novo fenômeno da internet. A coluna Leo Dias conversou com Renato Shippee, ator em Hollywood, e criador da personagem que é famosa graças ao conselhos ácidos, assertivos e, claro, cheios de bom humor sobre relacionamentos. Além disso prega, acima de tudo, que mulheres devem ser respeitadas.
À coluna, Shippee revelou que tudo começou de forma despretensiosa em seu Instagram. Mas antes do sucesso veio a rejeição já que seus seguidores não aceitaram bem a brincadeira, o que fez com que o ator criasse uma segunda conta totalmente dedicada à personagem.
“Eu tinha meu Instagram pessoal, Renato Shippee. Lá, eu já tinha algum sucesso porque eu tinha trabalhado em Havana, música de Camila Cabello, que ganhou como melhor clipe em 2018. Aí eu acabei crescendo muito por conta disso e também trabalhei no filme da Lady Gaga, Ludmilla e na série da Versace. E a partir disso, mesmo que devagar, o pessoal foi começando a me seguir. Daí eu já usava um filtro de beleza básico e eu fui procurar se quem fez o que usava tinha outros. E eu achei um filtro todo cheio de maquiagem que lembrava uma drag queen. E eu pensei: parece uma personagem, vou fazer uma brincadeira com meus seguidores. E eu perdi quase mil seguidores porque fiz uma brincadeira com maquiagem e como mulher”, revelou o ator.
“E as pessoas me seguiam como ‘ah, modelo… um cara bonito’ e eles tiveram essa imagem tirada deles, com maquiagem e atuando como uma mulher e isso me fez perder seguidores. Por conta disso eu abri um Instagram só para ela, porque eu acreditei nela e eu me diverti fazendo. E eu queria fazer algo que eu goste e não quero ficar o tempo todo preocupado com a minha aparência”, completou.
O sucesso de Kardasha se deu, quase que em sua totalidade, para o público feminino que, segundo o ator, começou a receber muitas mensagens que diziam estar adorando os conselhos: “Isso me fez ver que eu estava fazendo algo além de me divertir e estava fazendo algo para ajudar outras pessoas. Daí eu fiz um filtro especial para ela e mandei para os amigos compartilharem”.
Renato conta ainda que quando indicou o perfil para os seus 150 mil seguidores, à época, apenas 300 seguiram Karen. Hoje, mais de 1 milhão de seguidores seguem a influenciadora que já tem até sua própria loja virtual e é o mais novo rosto queridinho das marcas para publicidade.
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“Eu não escolhi dar os conselhos pela demanda. As meninas começaram a mandar as perguntas e a maioria delas eram sobre conselhos sobre relacionamento e a Karen fala a verdade sobre o que ela pensa. Se ela acha que a mulher tem que se valorizar mais e não aceitar qualquer coisa de um cara que não tenha condições de fazer muito por ela, essa é a opinião dela e ela vai falar. Ela não se preocupa com que os outros pensam e isso que fez com que as pessoas se apegassem tanto a ela porque até eu, como Renato, sempre ouvi isso das minhas amigas e dos meus familiares: que eu era muito bom para conselhos. Eu sempre fui muito sincero, mas a Karen tomou uma proporção de 100 vezes mais”, analisou o ator que recebe cerca de 10 mil mensagens por dia via direct.
Para Shippee, o fato da Karen crescer tanto no meio das mulheres foi muito importante do ponto de vista pessoal, já que o ator foi criado com a mãe e irmãs: “O meu pai nos abandonou quando eu tinha 2 anos, então eu não tenho memórias dele e, além disso, todas as minhas irmãs passaram por relacionamentos abusivos. Para mim foi muito importante ter essa abertura com as mulheres e dizer que isso não é legal e para que elas não aceitem isso. Eu faço muita comédia, mas quando eu tenho que falar sério sobre casos de abuso, de agressão, racismo e preconceito, eu falo muito sério”, diz.
Renato ressaltou, ainda, a importância e responsabilidade em trazer assuntos relevantes para o debate, tendo em vista o alcance de sua conta: “EU faço elas pensarem de uma forma crítica sobre diversos temas porque eu acho que mais do que tudo, ter um espaço como a Karen está tendo, eu acredito que tenho que usar da plataforma da maneira mais consciente possível. Eu vou fazer rir, mas fazer pensar também porque como a Karen diz o Brasil ainda é o 5º pior país (mais perigoso) para uma mulher viver”, finaliza.