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Biel fala sobre todas polêmicas: “Era milionário e perdi tudo”. Assista

Antes de entrar em A Fazenda, Biel vivia uma vidavida bem simples, em contraste com os anos de sucesso

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Leo Dias Entrevista Biel
1 de 1 Leo Dias Entrevista Biel - Foto: Reprodução

Dias antes de ficar confinado para entrar na A Fazenda, Biel, em entrevista exclusiva para a coluna, e abriu o coração ao explicar explicou ponto a ponto sua versão de cada polêmica que se envolveu ao longo da carreira. As polêmicas, segundo ele, o fizeram perder tudo: antes com garagem milionária, agora, o cantor sobrevive em uma vida bem simples, na casa de sua família no interior de São Paulo.

Confira a entrevista:

Leo Dias — Para as pessoas que não conhecem um pouco da nossa história, a gente se conhece há muito tempo e, até mesmo naquele momento turbulento, eu estava lá.

Biel — É verdade, você me deu voz. Comecei minha carreira muito cedo, aos 16 anos, lancei minha primeira música. Aos 17 estourei e assinei com minha primeira gravadora aos 18. Foi tudo muito repentino, não tive tempo de sentir que era aquilo que queria para minha vida, simplesmente aconteceu.

Quanto você ganhou com a música?

Quanto eu faturei? Milhões. Foi contrato milionário. A garagem da minha casa era milionária. Tinha mais de R$ 1 milhão em carro. Com 17 anos, já fazia um dinheiro que nunca imaginei fazer na minha vida. Isso durou quatro anos. Nunca me faltou nada. Tenho minha casa, dinheiro era uma preocupação que eu não tinha. Quando eu comecei a fazer dinheiro de verdade, um dinheiro que eu não tinha na mão para gastar na balada, para comprar um carro, foi isso que eu quis. Era muito novo, não sabia o que eu queria na vida e podia tudo, muito cedo.

No lançamento de um álbum, a gravadora promoveu uma série de entrevistas na sede, entrevistas muitas vezes filmadas…

Na verdade, era uma coletiva de imprensa, onde eu dei a mesma entrevista, mas, em vez de dar para todo mundo ao mesmo tempo, eu fiz um por um, foram 27 no mesmo dia, começando às 11h da manhã e acabando às 11h da noite.

Em uma delas, a casa caiu: uma entrevista que foi feita em vídeo, aparentava que você estava assediando uma menina e ela fez uma denúncia, essa denuncia veio a público e a sua assessoria de imprensa não soube sair desta crise. Primeiro, desmereceu um pouco o discurso da menina, depois, demorou muito tempo para você se pronunciar e, quando veio o pronunciamento, foi uma tragédia maior ainda e uma sucessão de erros. Vieram seus tuítes antigos à tona e foi em um momento em que o Brasil estava chocado com um crime bárbaro de um estrupo coletivo. As pessoas passaram a te igualar aqueles estupradores. Vamos lá, sua versão:

Eu não retiro tudo o que eu falei. A gente que trabalha com mídia sabe que, às vezes, a gente quer salvar uma pauta, fazer uma piada, interagir. Foi a última entrevista. Ela começou perguntando de onde eu era, quem eram os meus pais, depois, perguntou se eu era bissexual. Aquele Biel, daquela realidade, teve seu ego completamente espetado por aquelas perguntas. Na cabeça daquele jovem de 20 anos, ele virou chacota. Naquele momento, com a cabeça que eu tinha na época, eu tomei como um desaforo e passei a ser irônico nas respostas. Como mecanismo de defesa, falei aquilo que foi cortado e veiculado para o Brasil inteiro através de programas sensacionalistas. Naquele momento, fui colocado no mesmo patamar dos estupradores. Neste ato, eu falei para ela: “Você está desconfiando da minha masculinidade, se eu te pego, eu te quebro no meio”. Tem uma música do Sorriso Maroto que diz isso.

É um personagem conquistador que pega as mulheres?

Era isso que estava vendendo, era isso que eu fazia, era isso que eu cantava. Nas entrevistas, fazia render a quantidade de meninas que eu pegava em uma semana. Eu era aplaudido, sociedade machista.

O erro foi de quem? Foi seu?

Sim, eu não devia nunca ter achado que eu estava na liberdade de falar as coisas que eu falei. Mas, em nenhum momento, invadi uma privacidade alheia. Em nenhum momento, tive o vídeo completo para rebater as acusações, porque quem tinha o vídeo era o portal que estava me acusando. A gente se viu na audiência, nos falamos, olhei no olho dela, conversamos sobre o juiz, ela não quis indenização, foi uma coisa que nunca partiu dela. Ela foi usada. Se ela quisesse alguma coisa, o que você visa: potencial financeiro daquilo tudo, ela com a advogada dela, eu com minha família e ela diz que nunca quis nada. O que faz você pensar? Tudo que ela fez, até a entrevista que ela deu, foi pressionada pelo portal, que tinha o vídeo, que pediu dinheiro para não soltar a matéria e não me acusar. Eu era o maior artista do Brasil. Estava lançando um álbum, que se não tivesse acontecido aquilo era um álbum meteórico. Hoje, está sendo vendido a preço de banana só para zerar estoque a R$ 1 e pouco. O que isso faz na cabeça de um artista que estava aonde eu estava? Eu nunca me inocentei, estou aqui dando minha cara a tapa, porque eu posso, eu não tenho mais contrato e posso administrar minha situação e ser quem eu sou.

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Mirella é um dos destaques de A Fazenda
Ele está em A Fazenda
E muita transparência
Imagens das investidas de Biel foram gravadas em vídeo
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Funkeiro tem 24 anos

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Eles pretendem alugar uma lan house

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Antes de ir para os EUA, você foi para o fundo do poço…

Fui. Assim que tudo aconteceu, depois do vídeo de desculpas, me enviaram para o Nordeste, a gravadora. Fui para Porto de Galinhas. [A gravadora me mandou] Para sair de cena, alegando que tudo que eu falasse poderia ser usado contra mim. Quando tudo que eu queria era falar. Pera aí, vamos ver o vídeo, não é isso que estão falando, não sou esse cara que está passando no Datena.

Você ficou muito mal?

Muito. A ponto de me odiar. De olhar no espelho e dizer: “Não acredito que sou esse monstro. As pessoas estão ao meu redor só pelo que tenho a oferecer”.

Por que você foi para os EUA?

Eu estava numa turbulência onde tudo estava acontecendo comigo, e eu não estava podendo me pronunciar e lancei mais uma música, que bateu número 1 no Rio. Tocando três, quatro vezes no dia, no horário comercial, tudo andando e a gravadora não deixando [ele falar]. Diziam: “O Fantástico quis falar com você essa semana, mas a gente não estava pronto. Agora que a gente quer, eles não querem. Na Record, a mesma coisa”.

Você estava queimado.

Queimou total. Mas coloquei música no número um depois de todas as polêmicas, Ninguém Segura Ela, tem 600 milhões de views. Mas eu não podia falar com ninguém. Era aquela imagem do artista que tava tocando, mas tinha uma interrogação na cabeça de todo mundo que olhava para mim. Me vi naquela situação de: “Meo, o que é isso? O que eu tô vivendo?”. Não é essa a relação que eu tenho com meu público, com quem gosta do meu trabalho. Tá, sou novo, é um paliativo viver a vida que eu levo? É, mas ninguém sabe da minha realidade dentro de casa. Ninguém sabe como foi duro crescer com meu pai separando seis vezes. Morei com meu pai todas as vezes, você está no meio do fogo cruzado, você não sabe em quem acredita. Você perde o conceito de mãe, de pai. Eu fui criado em uma sociedade machistas, todos nós. Alguém faz merda no trânsito? É mulher. Primeira coisa que vem na sua cabeça. A prática machista tem que ir se desprendendo da gente, a prática racista, a prática homofóbica. É uma coisa da sociedade que a gente tem que se desprender. Eu não vou falar que não era, eu nasci. Foi meu despertar. Eu despertei. Eu vejo meus vídeos quando fui no Jô, no Faustão… Quando olho para trás, não me vejo naquele pessoa. Comecei minhas tatuagens, quis mudar meu sorriso, quis virar outra pessoa lá nos EUA. Tudo começou lá.

Você gastou o dinheiro todo que você ganhou?

Leo, na hora que estava para ir para os Estados Unidos, eu só tinha meus carros, cara!

Você gastou tudo?

Eu não tinha dinheiro em caixa! Hoje, sobrevivo. Não que eu tivesse tido muita coisa. De bens, eu não comprei uma casa, nunca comprei um apartamento, porque o meu custo de vida era de R$ 40 até R$ 50 mil por mês!

Vamos falar e nos EUA mais confusão…

Sempre! Sempre calando… Mas aí para o sentimento.

Vamos explicar para o pessoal Duda Castro. Você casou com Duda Castro e foi um relacionamento turbulento.

Foi desde o começo porque já começou com isso tudo acontecendo. Gravadora ligando e dizendo: “Você está louco? Vai ficar nos EUA? Você sabe que no Brasil a situação já não está boa para você. Você quer competir com Bruno Mars? Com Justin Bieber?”. Então, você está ouvindo isso do seu presidente, do cara que detém 90% do seu digital. Qual é o ânimo que você tira daquela situação? Então, ela me pegou em um momento down. Um momento super, meu, se eu não tivesse tanto Deus no coração e a família que eu tenho eu teria me perdido na minha vida. Porque sempre tive uma esperança. No fundo, no fundo, eu sabia que aquilo que estava acontecendo. Eu precisava tirar daquela situação o que ela queria me mostrar. E foi aí que tive meu despertar e me tornei o ser humano que sou hoje. O ser humano que construí baseado nas minhas decisões, ganhando maturidade. Você só ganha crescendo e errando, sentindo na pele.

Como está sua questão de visto nos EUA? Você fala com ela, com a Duda Castro? O relacionamento terminou com agressão?

Leo, desde o começo eu cheguei nos EUA eu tinha 3 anos para ficar lá! Eu não vou ficar falando o que aconteceu ou deixou de acontecer. Foi levantada uma parada muito bizarra sobre mim por ela. E estou aqui só para falar disso para colocar um ponto final. Porque nunca falei por contrato, casamento, por nada, foi porque eu tinha sentimento ali.

Depois que aconteceu o negócio do copo foi que a gente voltou a se falar, você lembra? Foi um vídeo. Quem atirou o copo em quem?

Então, ali a gente já estava em pé de guerra, pois eu estava morando no meu apartamento e já estava querendo me divorciar. Então, ela não aceitava que eu tirasse meu visto pela empresa que me empresariava nos EUA na época, o visto de trabalho. Eu já estava ilegal e estava naquela: “Se eu for com os cara ela não vai ficar comigo. Vou pelo casamento…”. Ela tinha a psicologia que: “Essa realidade é minha, como não vou ser recompensada por isso?”. Eu cheguei a passar por situação onde a gente se desentendia e ela ameaça ligar para polícia para me deportar. Se eu não fosse conivente com o que ela queria naquele momento.

Você sai do Brasil querendo liberdade e quando você vê está na mão de outra pessoa?

Foi exatamente isso! Aí eu acabei me casando, pensei: “Vou pegar pelo casamento”. Só que as atrocidades continuaram… E eu, meu! Não tem chance nenhuma de aplicar pro meu visto pelo casamento. Mas já estava casado, então, não poderia ser deportado. Essa preocupação eu comecei a não ter mais, e isso começou a me dar um pouco mais de liberdade lá fora. Fui pegando o inglês, já que eu falava, mas não era fluente. Então, às vezes, não entendia bem o que falavam comigo, não conseguia tomar minhas decisões. E, nisso, acabei me acomodando, e deixei ela tomar todas as decisões lá fora. E aí que me vi numa situação que eu ia escolher ou seguir viver minha paixão ou continuar vivendo essa vida controlada e manipulada. E tomei minha decisão, Leo! Mas eu fiquei muito tempo em cima do muro, muito tempo!

Tá solteiro hoje?

Tô, tô solteiro hoje. Tô até hoje resolvendo o meu divórcio, eu sou casado mas tô solteiro. (risos)

Vamos voltar ao assunto internet. O Felipe Neto falou muito sobre você, né? Eu acho que ele foi a pá de cal, não foi?

Se eu te falar que não assisti aos vídeos, você acredita? Eu não assisti. Eu já fui fã do Felipe, então, amava o que ele fazia. Ele era muito boca aberta, ele sempre falou sobre tudo e eu admirava, né. Então até por isso eu não assisti. Eu era muito fã!

Você achava divertido quando ele fazia isso com outras pessoas?

Cara, eu amava. Fogo no parquinho.

Ele cancelava as pessoas e você achava divertido?

Não isso. Ele era muito boca aberta. Ele sempre falava como queria sobre tudo. Eu pensava: “Esse cara não tem papas na língua”. Isso me admirava quando criança. Até por isso que eu queria seguir essa psicologia, ser essa pessoa na escola. Eu acompanhava PC Siqueira, Cauê Moura, lá atrás, quando eu tinha 13, 14 anos e postei aqueles tweets.

Você se inspirou no Felipe Neto?

Não vou falar que eu me inspirei, mas eu era muito fã. É lógico que, querendo ou não, a criança é influenciada por qualquer coisa, por isso, que a gente tem que ter cuidado com o conteúdo que a gente deixa. E, por isso, que eu não critico os pais que, ao verem as notícias saindo com meu nome, não deixaram mais as filhas ouvirem Biel.

Você tentou procurá-lo?

O Felipe me procurou no final de 2016. Ele me mandou um áudio, com uma audácia, uma esportiva bem audaz, de me convidar. Eu vi e pensei: “Não é possível, esse cara deve ser muito profissional”. Esse negócio é sério, realmente, a minha carreira acabou. Eu li e não respondi. Ele me convidou para fazer um especial de fim de ano do canal dele. Ele falou que eu fui o maior vídeo do canal dele do ano e que ele queria que eu estivesse na retrospectiva.

E por que você não foi?

Ah, Leo, tudo à flor da pele. Hoje, eu iria. Eu já ouvi ele falando que o que aconteceu comigo o colocou no cenário atual, que ele era um dos youtubers da velha guarda. Hoje, ele entrou com tudo na galera da atualidade e meus vídeos foram o divisor de águas. Porque ele estava fazendo vídeos e não estava batendo 1 milhão. E o meu vídeo no canal dele deve ter uns 15 milhões. Deve ter sido o maior dos últimos tempos.

Então, ele deve uma graninha para você?

Mas eu não tenho ódio, não posso ter. Felipe, isso é o seu trabalho. Eu admirava quando fazia com os outros. Como é que eu vou ficar bolado quando fez comigo? Se eu não tivesse dado pé, se eu não tivesse deixado rabo, você não teria falado nada. Então não é você.

Olhando para trás, qual foi o fundo do poço?

Acho que foi quando eu vi a repercussão do vídeo de desculpas. Naquele momento, não era o que eu queria ter feito. Mas eu pensei: “Todo mundo tem teto de vidro, o ser humano é falho, vou pedir desculpas”. Eu me arrependi, eu estou vendo tudo que isso gerou. Na época, eu achei que tinha acabado com a vida da repórter. Eu comecei a acreditar em tudo que eu lia. Eu olhava no espelho e me odiava, queria ser outra pessoa. Eu comecei a acreditar em tudo aquilo que estava sendo veiculado sobre mim. Eu tinha medo de sair na rua e ser aquela pessoa que estavam crucificando e dar mais motivos. Tudo que a gravadora falava, todas as notícias, e tudo isso na minha cabeça foi acabando comigo. Fora o dano financeiro, fora tudo que aconteceu. Eu tinha acabado de sair de uma vitória de um câncer da minha mãe, ninguém teve consideração. Quando jornalistas começaram a bater na porta da minha casa de madrugada pra me encontrar, querendo depoimento do meu pai e da minha mãe, eu vi que realmente tava sério. Começou a tirar a paz dentro de casa, não era mais só profissional. Eu me calei, sumi de tudo, então, as pessoas queriam me achar.

É o momento do Biel acertar as contas, mostrar quem você é.

E, sinceramente, com tudo isso que aconteceu, eu só me prejudiquei. Eu tenho que tirar uma lição disso tudo, senão, por que eu passei por isso tudo? Eu vou passar de novo.

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