“Bem acolhidos”, diz João Gomes sobre projeção nacional do piseiro
Um dos precursores do gênero musical, junto de Tarcísio do Acordeon e Vitor Fernandes, mobilizaram uma multidão de pessoas em São Paulo
atualizado
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Um show 100% gratuito promovido em pleno Mercadão Municipal de São Paulo na tarde desta terça-feira (19), reuniu três grandes nomes do forró na atualidade: João Gomes, Tarcísio do Acordeon e Vitor Fernandes. O evento marca uma prévia na celebração das festas juninas com a retomada dos eventos presenciais – paralisados devido à pandemia de Covid-19.
A coluna LeoDias marcou presença no local com a repórter Baárbara Martinez, que bateu um papo com João Gomes, a explosão nacional do piseiro, gênero que ele próprio faz questão de enfatizar como “o bom e velho forró”, agora repaginado.
O cantor e compositor de 19 anos, fã de Gonzaguinha, Dominguinhos e Fagner (este último, uma de suas apostas para uma futura parceria musical), relatou a emoção de se apresentar para um público amante do piseiro, que o fez alcançar tamanha projeção.
As comparações de um gênero para outro – bem como a atribuição de que o piseiro está “tomando lugar” do sertanejo -, também foram esclarecidas por João Gomes. Para ele, “tem lugar para todo mundo” e a recepção do público em geral, fora de sua terra, Serrita, em Pernambuco, foi das melhores, embora exista quem insista no “desmerecimento”.
“A primeira festa [para público não regional] que eu fiz foi no Sul, em Governador Valadares. E aí, eu fiquei meio assim: ‘Como vou entregar o show?’. Mas hoje não temos mais aquele receio. A galera está lá para ouvir a nossa música. Antes, tinha aquela coisa: ‘Será que a gelera vai querer que eu cante sertanejo?’. Mas agora não e isso é legal. Mesmo assim, ainda tem gente que chega e fala com muita pretenção, umas coisas do tipo: ‘O piseiro está tomando espaço do sertanejo’. Mas não é assim. Estamos ocupando um lugar que é nosso. E tem espaço para todo mundo, inclusive para a galera mais simples, para quem sonha. O piseiro é um estilo muito simples, é um teclado. E para quem gosta de cantar e não tem muita coisa, isso é muito legal. Num geral, eu agradeço a Deus por estarmos chegando em vários lugares. Já tocamos no Paraná, Rio Grande do Sul e em Goiânia, a casa do sertanejo. A música vai conversando com ela mesma. Estamos muito bem acolhidos, não por querer tomar espaço de ninguém”, salientou o artista, hoje com 11 milhões de seguidores no Instagram.
Afinal, piseiro também é forró?
“O piseiro não deixa de ser forró. É tudo forró, mas muita gente pergunta. Falaram que o piseiro não era uma parada de forró, mas quem diz é o público. Se você chegar a um fã que gosta da minha música, ele vai dizer que é musica. A galera que curte não tenta explicar tanta coisa e realmente é essa galera que merece ser ouvida. Hoje tem muito essa onda de dizer que o trap não é hip hop, mas quem ouve não está muito preocupado com isso”, explicou João Gomes quando questionado sobre a evolução do forró.
A volta das festas de São João e o reencontro com o público
“São João é uma coisa que a gente vai redescobrir. Ficamos dois anos parados e bombando na pandemia. Não só eu como outras pessoas do gênero. Ainda não sentimos o São João, mas o forró tem muitas gerações. Geração do triângulo, da sanfona, a geração da bateria, dos metais e agora a geração da galera que canta piseiro. O público é quem vai dizer e aprovar. No caso, a gente tem que mostrar que estamos preparados e a fim de fazer o que estamos fazendo e a vontade de mostrar que estamos sonhando e se divertindo com isso”, concluiu.
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