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O BBB21 começou e o público ficou monotemático: só se fala sobre o que acontece na casa mais vigiada do Brasil. Mas não é só na internet que isso acontece. A identificação do público com os participantes faz com quem assiste queira se relacionar de certa forma com quem está preso na casa e isso aparece até mesmo no consultório de psicólogos.
Entre os confinados, é possível identificar alguns estereótipos. “Possivelmente, os perfis psicológicos são estudados para sempre haver casais, alianças, discórdias e grupos rivais. Todos juntos mantêm a popularidade do programa, pois é impossível manter um ambiente cordial por muito tempo com indivíduos tão diferentes”, diz a psicóloga Patrícia Pires.
“Muitas pessoas se identificam com as histórias, as dores e a vivência dos participantes da casa. Às vezes, também podemos ver o espelhamento de alguma atitude sua ou relembrar algum familiar. As cenas e dores dos participantes causam empatia no público, principalmente agora que estão mais frágeis e emotivos com a pandemia”, ressalta a psicóloga Fabiane de Faria.
Com a empatia, vem a identificação, e aí o público se vê representado pelos brothers e sisters. “Assim, agir igual ou mais ou menos igual ao participante do BBB se faz importante como necessário, sendo uma referência comportamental a ser seguida e/ou praticada quando no mínimo ainda admirada”, fala o psicólogo Alexander Bez.
Ao que Patrícia complementa: “Isso chega no consultório através da identificação ou da repulsa. O conteúdo dos programas poderá afetar negativamente os mais frágeis e imaturos emocionalmente. Por isso, é muito importante ter um forte senso crítico e saber diferenciar o que é do outro e o que é seu”.
Comportamento humano
“Eu sempre gostei de assistir reality show pois, como psicóloga, sou fascinada por histórias de vida e pelo comportamento humano. Ali, podemos ver todos os lados da psique de um ser humano. Do lado mais sombrio ao lado mais solar. Isso é interessantíssimo do ponto de vista profissional”, comenta Patrícia.
E é a identificação com as personalidades que causa interesse. “Em épocas de BBB, muitos assuntos são trazidos pelos pacientes, mobilizados ou identificados com alguma situação. Os participantes são pessoas como nós. Tudo que vivem ali é real, por isso causa empatia, desconforto, amor…”, explica Fabiane.
“Reality shows têm uma carga midiática muito forte, sendo mais contundentes do que as novelas. Assim, há um impacto bem maior na vida dos telespectadores, onde há uma influência direta”, afirma Alexander. Ou seja, é por isso que o programa causa tamanha mobilização no público.
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