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Se os dias que antecedem a estreia do Big Brother Brasil causam frisson no público de modo geral, que dizer dos participantes? Eles se preparam não somente para serem confinados, mas também para garantir que suas redes sociais continuem a todo vapor a partir do momento em que entram na casa mais vigiada do Brasil.
E isso acontece antes mesmo do programa começar de verdade. Porém, no esforço de negar pistas de que estejam nos programas, os brothers e sisters (conhecidos ou não) necessitam de empresas para gerirem suas personas na internet e, no caso das celebridades, fazer com que as postagens sigam o mais parecidas possível com as feitas pelas mãos dos próprios famosos.
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A coluna Leo Dias convidou especialistas quando o assunto é estratégia e perfomance de imagem e de redes sociais para explicar os bastidores de quem comanda os perfis de participantes de reality show — antes e depois de seus rostos e atitudes passarem pelo crivo do país inteiro.
“Fazer gestão da rede social e da imagem de uma pessoa que está em confinamento é muito delicado mas, ao mesmo tempo, imprescindível. Faz-se necessário um planejamento estratégico focado na carreira porque, durante o jogo, a pressão da mídia e dos fãs é muito grande. Existe um número muito grande de haters também, naturalmente. Independente da postura da pessoa no jogo. Se você não tem alguém fazendo essa gestão, você corre riscos”, analisa Gis de Oliveira, relações públicas e especialista em gestão estratégica de imagem e carreira.
Oliveira, que já trabalhou com nomes como Adriana Santana , Rodrigão, Fernando Medeiros, Aline Gotschalg, Diogo Preto, Anamara, Thais Ventura e Carla Prata, acrescenta ainda que a mentoria dada por um profissional qualificado durante e após o programa é imprescindível para a manutenção de bons resultados e, até mesmo, para alcançar a vitória.
“Fiz a carreira do Fernando Medeiros [BBB15] e da Aline. O Fernando, por exemplo, passou por muitas polêmicas que, se não tivesse alguém por trás gerindo e construindo a imagem dele e, além disso, se comunicando com a imprensa, fãs e haters, ele talvez tivesse saído com altos índices de rejeição. Isso não aconteceu já que ele foi até o final do jogo. Nesse sentido, ter um profissional experiente em reality show pode definir a vitória no jogo e também na vida profissional pós reality”, afirma.
Como aparentar que está tudo “normal”
Com contratos que exigem sigilo absoluto, os selecionados e suas equipes usam de artifícios para manter as aparências que “está tudo normal” até a estreia. Mas, muitas vezes, não passam despercebidos do olhar cirúrgico dos internautas.
A empresária de influenciadores Priscila Jaffé, responsável pela carreira de Marina Ferrari, explica o porquê e aponta as dificuldades de se passar pelo artista ou influenciador: “É basicamente impossível fingir ser o confinado. Os fãs conhecem tudo. Cada vírgula, o jeito de escrever, a quantidade de postagens diárias. O que nos faz estudar e criar uma espécie de manual para manter singularidade de cada um. Tudo é cuidado nos mínimos detalhes: conteúdo pré-gravado, planejamento dentro da mesma quantidade de conteúdo normal daquela pessoa de cada dia. São muitos dias… Como manter essa sequência sem nenhum deslize? Esse é segredo!”.
Em um universo no qual os fãs notam tudo, até uma breve mudança de aparência, como um corte de cabelo, a barba feita ou mal feita, um brinco no lugar errado, alguns optam por sair das redes no pré-confinamento. Isso porque, segundo Jaffé, “o sumiço, por mais que seja um indicador de confinamento, também deixa uma dúvida no ar e gera buzz”.
Para Marcos Moraes, diretor da MM Estratégias de Imagem, é preciso driblar o público no início. “No primeiro momento, temos que ‘enganar’ o público, com conteúdos previamente gravados pela pessoa que está confinada, sem dar a entender que as postagens estão sendo feitas pela equipe. Nesse momento, não pode vazar, por exemplo, que a pessoa está confinada e/ou confirmada para algum reality”, explica.
“Depois que os nomes são anunciados ou o programa começa, entra o nosso dever de tentar manter a personalidade da pessoa nas redes dela. Temos todo um cuidado com cada foto, vídeo e legenda a ser postada, temos que nos colocar no lugar da pessoa e analisar se aquele conteúdo agradaria a ela”, finaliza.