Compartilhar notícia
A atriz e modelo trans A Maia acaba de assinar contrato mundial com a distribuidora Altafonte e estreia na carreira musical com o lançamento do single Pra Dá Dolce Bacana no próximo dia 7 de agosto. Em um bate papo com a coluna, A Maia lembrou das superações que passou na vida:
“Os abusos começaram muito cedo na minha vida. Um dos mais marcantes aconteceu quando eu tinha entre 5 e 7 anos. Minha mãe me abandonou em Minas Gerais e eu tive que ir para casa da minha tia, onde tinham primos mais velhos… isso marca a vida de uma criança!”, contou.
Ela também reconheceu a necessidade de que histórias como a dela sejam contadas. “É importante esse relato justamente para mostrar para as famílias como isso acontece. Meu pai era uma pessoa muito violenta e por isso minha mãe teve que fugir. Foi tudo muito difícil nessa primeira infância para mim. Demorou muito tempo para eu achar essa voz que morria na minha garganta, achar essa força. Mas agora ela ecoa. A vida de uma mulher trans numa sociedade transfóbica, que mata pessoas como eu diariamente, é muito dura e a gente aprende a ser forte desde muito cedo. Eu aprendi, com todas essas dores. E hoje estou aqui para falar de forma clara e isso é importante. Trago esse discurso na minha música, no meu trabalho, e em tudo que eu faço. É isso que me dá forma para poder levantar e fazer arte. Eu digo que a música salvou a minha vida”.
A atriz, que já participou de filmes como Mulher Maravilha, está feliz e confiante em seu lançamento. “Esse é o primeiro de uma série de lançamentos musicais previstos para 2020.Sempre imaginei estar onde estou hoje. Quando minha voz desafina, ela não desafina como o ‘cis tema’. Trago minha luta, minha essência, um corpo político”, provoca.