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Eu percebo uma certa apatia da elite cultural brasileira neste momento de transformação. Enquanto a indústria da música já lida com a nova realidade, novos valores e nova forma de ganhar dinheiro, atores, atrizes e toda a indústria cultural permanece parada.
Facilmente as grandes empresas estariam interessadas em patrocinar espetáculos de cultura transmitidos ao vivo pela internet. Uma grande peça, um clássico do teatro, por exemplo, encenado, readaptado, em nova versão… sei lá! Tudo pela internet. Garanto: a captação de patrocínio seria fácil.
Mas cadê a classe artística brasileira? Está esperando a volta dos Estúdios Globo? É sério? E até as novelas voltarem vocês não exercem sua arte? Olha, nem cogitem a hipótese da volta dos teatros. Esses estão correndo sério risco de existência. Então, amor, vamos levantar da cadeira?
É fundamental que a indústria cultural busque novas formas de manifestar sua arte. Chegou a hora da elite cultural descer do salto. Ou desce agora ou vai cair de cara no chão ali na frente. Mas a queda será inevitável.
É neste momento de crise que a cultura precisa se mostrar acessível. É justamente agora que a arte tem que ser realmente popular. E não é uma questão de solidariedade, não. É questão de sobrevivência. Sobrevivência da classe artística, que fique claro.
A internet está aí, pronta para ser explorada. Este é o meio de vocês chegarem ao público, que não vai sair de casa tão cedo. Os hábitos mudaram, o dinheiro do brasileiro que era gasto com a cultura, não existe mais. O cidadão comum já está buscando novas formas de sobreviver, não é possível que atores e atrizes dependam de emissoras de TV e casas de espetáculo.
E entendam algo muito importante: a classe artística perderá relevância se continuar parada em casa à espera da volta do que existia no passado. Aquele passado não volta mais. Não está claro? Procurem diferentes maneiras de expressar sua arte. A equação é simples: quem não é visto, não é lembrado.