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Quem viveu a era dos anos 90, em que a TV era o único meio de comunicação e entretenimento, lembra do sucesso que foi a novela Chiquititas, exibida entre 1997 e 2001, pelo SBT. Na noite da última quinta-feira (15/7), o ator e músico Jander Veeck, de 34 anos, irmão de Elisa Veeck, âncora da CNN Brasil, participou da live no perfil Fandom+ com apresentação do dramaturgo Júlio César e participação do jornalista Augusto Vianna.
O ex- ator mirim contou sobre o documentário que está sendo produzido por ele sobre a época da novela, revelou quanto ganhavam e uma curiosidade sobre Bruno Gagliasso, que também participou da trama.
“Eles contratavam crianças sem experiência e ofereciam um cachê bem baixo, porque milhões de pequenos queriam estar lá. E rolava tipo: ‘Não tá feliz? Tem um milhão de pessoas querendo estar no teu lugar’. Ganhávamos entre R$ 2 mil e R$ 3 mil reais por mês, mais ajuda de custo. Morávamos fora do Brasil e tínhamos que pagar as ligações internacionais, a internet eram discada que comia todo o cachê,” continua.
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“Bruno morou porta a porta com a gente na Argentina. Na época, a primeira namorada dele foi a Thais Fersoza e ele o primeiro namorado dela também. Ele passava o tempo inteiro na ligação com ela. Quando chegava a conta do telefone, ele tinha que pedir dinheiro emprestado para pagar. Era muito caro”, revela Jander sobre Gagliasso.
Fernanda Souza já havia dito em entrevistas que muitos produtos eram licenciados e vendidos, mas nenhum valor era destinado aos atores, que viam seus rostos estampados em todos os lugares.
Sucesso estrondoso
Jander, hoje vocalista da banda Caos, falou sobre ter sido referência para as crianças. “Antes, o Brasil tinha muita força também com a Xuxa, Eliana, Angélica e Sérgio Malandro. Foi um projeto, e as meninas foram à Argentina sem saber o que era de fato. Seria apenas uma ou duas temporadas. Sabiam que eram crianças de orfanatos, que iam ter que cantar, dançar e interpretar. Mas não sabiam ao certo o que era. Ninguém sabia o que era Chiquititas na Argentina. Aqui acabou tomando proporções que ninguém imaginava”, explica.
Em entrevistas, os atores relataram que não sabiam o sucesso que faziam em solo brasileiro e, quando chegavam aqui, os aeroportos estavam lotados de fãs. “Quando chegamos no Brasil foi uma surpresa. Porque naquela época não tinha internet. Foi um sucesso tão grande e difícil de mensurar. Temos a ciência da importância que foi a novela.”, disse ele.
Para quem não sabe, a versão brasileira foi uma adaptação da novela Chiquititas, da emissora argentina Telefe, em 1995, da autora Cris Moreno, responsável também pela versão do Brasil. Além de ser criadora de Rebelde, que também ganhou versões em outros países, sendo a mexicana com maior êxito.
Fernanda Souza, a Mili, movimentou a internet ao revelar que as músicas não eram cantadas por eles. E Jander relembrou. “Não cantávamos e nem sabíamos quem cantava. Pois precisava ser segredo. A filha do Arnaldo Sacomani era uma das interpretes. Os outros chegaram a fazer figuração, mas não podíamos saber para não vazar. Descobrimos bem depois”, revela.
Passado e presente
Sobre a comparação com o público infantil atual e dos anos 90 ele diz: “Naquela época tinham apenas a TV, como Chiquititas, TJ Cruj, Carrosel que fez muito sucesso no país.
O projeto elevava a audiência da emissora do dono do Baú. “Eles atingiram picos de 40 e 60 de audiência e hoje chegam a 6 é muito. Hoje, para a Globo ter 30 ou 40 pontos é difícil. Para vocês verem como foi algo grandioso”, disse Jander.
E sobre o documentário, há muito a ser feito. “Já estamos com a plataforma de streamings, mas há muitos direitos autorais ainda. Pois foi uma novela que envolveu 80 chiquititos. Ainda não posso falar, mas entre agosto e setembro vão ser liberadas informações”, finaliza Jander.