metropoles.com

Artistas fazem campanha por liberdade de produtor: “Não há qualquer prova”

“Foi preso porque é preto”, falou Jonathan Haagensen em entrevista para a coluna

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
gugu
1 de 1 gugu - Foto: Reprodução

Diversos artistas têm se mobilizado na campanha #liberdadeprogugu pela libertação do produtor de eventos Gustavo Nobre. Ele está preso desde o dia 3 de setembro, após ter sido acusado de roubar um carro no Rio de Janeiro, em 2014, e a vítima afirmar tê-lo reconhecido por uma foto nas redes sociais. Nessa quinta-feira (8/10), a Justiça do Rio negou a liminar que solicitava sua soltura.

“Isso é triste, vergonhoso, desumano porque não há qualquer prova de que o Gustavo fez algo. Foi preso porque é preto e precisavam dar uma solução rápida para o caso. Vivemos em um país racista mesmo. Realidade que causa revolta”, falou Jonathan Haagensen em entrevista para a coluna. Além dele, outros artistas já se manifestaram sobre a prisão considerada injusta, como Fernanda Paes Leme, Jonathan Azevedo, Bruno Gissoni e Marcello Melo Jr.

Para Jonathan, a condenação de Gustavo apenas por causa do reconhecimento de uma foto na internet é mais um caso de racismo. “É revoltante essa perseguição com o preto. O que me livra de passar por isso é só o rosto conhecido que eu tenho. Aliás, eu passo por isso ainda, sinto o racismo na pele, e não vão até as vias de fato comigo quando me ‘reconhecem’”, afirmou o ator.

Família desesperada

A família de Gustavo aponta que, na época, ele se recuperava de uma cirurgia no pulmão e não teria como conduzir a motocicleta que foi utilizada pelos assaltantes. “Eu estou com meu coração dilacerado porque meu filho foi condenado e preso injustamente. Nós somos uma família do bem, trabalhadora. Eu peço justiça, porque o meu filho não merece isso. Eu não aguento mais esse sofrimento”, disse a mãe de Gustavo, Elcy Leopoldina.

“Fui preso injustamente, nem sei o que dizer… Dá até um nó na garganta. A Justiça no Brasil, não tem como entender. É tanto preconceito, já não tem pra onde correr. Fico muito indignado, minha raça tem um álbum. Meu coração e minha mente seguem tranquilos. Paciência é uma virtude. Eu sou luz na escuridão”, escreveu Gustavo, que está no Presídio Juíza Patrícia Acioli, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio.

Segundo a defesa, uma sucessão de erros o levou à condenação. Nenhuma imagem de câmeras de segurança foi colhida, a foto que a vítima diz ter visto de Gustavo ao lado de um suspeito não está na denúncia e a Justiça encerrou o caso com o reconhecimento de duas pessoas, sendo que o assalto foi cometido por seis. O caso não cabe mais recurso e a advogada Clarissa Oliveira tenta o julgamento da revisão do processo.

O texto a favor de Gustavo que vem sendo compartilhado pelos artistas nas redes sociais diz o seguinte:

“Grande parte dos erros judiciários, exatamente como no caso do Gustavo, acontecem por conta de reconhecimento errado. É preciso rever urgentemente essa forma de produção de prova que leva a tantos erros na justiça criminal. Sabemos que o Gustavo é inocente e que é uma pessoa muito amada por todos que o conhecem. Por meio deste post, gostaríamos de pedir que esforços não sejam poupados para que a Justiça reverta esse erro. Um único dia preso injustamente é uma vida inteira, especialmente, para quem leva uma vida correta.”

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?