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A Fazenda é, atualmente, o programa de maior sucesso da Record TV. Após 12 edições, muitos podem não lembrar quem foi responsável por trazer a atração ao Brasil: Alexandre Frota. Atualmente deputado federal (PSDB-SP), ele foi diretor de criação da emissora por anos e teve contato direto com aquele apontado como um dos principais responsáveis pela animosidade entre a cúpula da Record e Mion: Rodrigo Carelli, o todo-poderoso do reality rural.
Após o contrato entre Marcos e o canal ser rescindido, procuramos Frota para entender melhor, a partir da relação que ele manteve com Carelli, o que pode ter acontecido nos bastidores. “Eu não tenho boas lembranças do Rodrigo porque ele não teve gratidão comigo. Sou responsável por ter levado A Fazenda a Record e ter iniciado esse projeto. Graças a mim, o programa está no ar até hoje. Fui eu quem trouxe o Rodrigo Carelli para a Record. Quem ajudou a elaborar o contrato do Carelli fui eu. O primeiro salário dele, na época, foi de R$60 mil”, lembra o deputado.
“O Rodrigo se apoderou da Fazenda, sendo que fui eu quem o convidou e eu quem tive de sair de lá. Num projeto de poder entre ele e o bispo Honorilton Gonçalves, o Carelli praticamente me derrubou de um programa que elaborei e fiz acontecer. Eu quem o convidei para fazer parte de tudo isso. De qualquer forma, tenho orgulho de ter sido o precursor desta atração que é, até hoje, a maior audiência da Record TV”, completou.
“Rato mal agradecido”
Segundo Alexandre, a Record TV tem muito a perder com a decisão de dispensar Marcos Mion da apresentação do reality rural. “Lamento muito a saída do Marcos Mion. Mais uma vez, a Record está demonstrando como ela é. A emissora abriu mão de um talento. Graças ao Mion, o programa A Fazenda ganhou ritmo, humor, profissionalismo, modernidade, objetividade e trouxe as redes sociais ao reality show. Mas o Carelli é um cara centralizador. Ele jogou sujo comigo e ele sabe disso. Rodrigo Carelli está na Record por minha causa e ele foi responsável por ter me tirado de lá. A vida é assim. Espero que o Mion se encontre logo e acho difícil outro nome conseguir substituí-lo”, garantiu.
Frota comentou sobre os nomes cotados para tomar o lugar de Marcos Mion, porém acredita que nem Bacci nem Rodrigo Faro seriam boas escolhas no momento. “O Faro é meu amigo, ele é muito talentoso, mas isso iria desgastar a imagem dele. E quando o Faro apresentou A Fazenda De Verão, o programa não foi legal. Acho difícil outro apresentador ter o ritmo que ele tinha. A Record tinha o Márcio Garcia, mas o perdeu para a Globo. Há pouco tempo, visitei a antiga sede do programa em Itu. Eu quem achei aquele terreno junto ao Marcelo, produtor, e aquela foi a que nós escolhemos para o projeto. Eu poderia escrever um livro sobre a A Fazenda, mas procuro não me abater. Mas, com certeza, a pressão do Carelli em cima do Mion foi um motivo. Ele é um rato mal agradecido”, desabafou.
Frota disse ainda que a ideia inicial não era ter Rodrigo na direção do reality. “Queria o Carlos Magalhães, diretor do BBB. Fui ao Rio de Janeiro falar com ele, mas o Magalhães disse que não trocaria o certo pelo duvidoso. Ele me fez uma proposta e sentei com o bispo [Honorilton] e ele me disse não. A segunda opção foi o Carelli. Eu, na verdade, deveria ter escolhido dirigir o programa. Deveria ter assinado como idealizador e diretor. Deveria ter apostado em mim e não fiz isso. Quis ser gestor de criatividade pelos bastidores e fui pisoteado por Carelli. Ele se apossou do projeto e mandou embora todos os profissionais que eu havia convidado. Foi um caos”, finalizou.