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Perguntas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre depósitos feitos por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), na conta da primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro, viralizaram após a ameaça do presidente a um repórter do jornal O Globo.
Jornalistas, classe artística, ativistas, políticos e internautas inundaram a web com a pergunta proferida pelo repórter, fazendo com que sua voz ecoasse. A jornalista Gabriela Priolli foi um dos nomes a tuitar o questionamento feito pelo jornalista. Além dela, os apresentadores Felipe Neto, Fábio Porchat e Titi Muller também o fizeram.
Veja algumas celebridades que questionaram o presidente
Foram mais de 1 milhão de tweets com menção à frase. Entre eles, também estavam nomes como o de Bruno Gagliasso, Fernanda Paes Leme, Caetano Veloso e Bruna Marquezine, o repórter Cauê Fabiano, do Mais Você; a diretora Petra Costa, do Democracia em Vertigem; bem como o ator Fábio Assunção.
Entenda
Nesse domingo (23/8), enquanto visitava a Catedral de Brasília, Bolsonaro foi questionado por um jornalista sobre os pagamentos feitos à primeira-dama (entenda mais abaixo). Irritado, o presidente respondeu: “Minha vontade é encher tua boca na porrada, tá?”.
Nas redes sociais, os internautas perguntavam: “Presidente @jairbolsonaro, por que sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”. Por volta das 19h30 deste domingo, “Fabrício Queiroz” e “Michelle” estavam entre os assuntos mais comentados do Twitter, com mais de 80 mil e 150 mil menções, respectivamente.
Bolsonaro é reincidente no ataque a jornalistas e não falava à imprensa no “cercadinho” do Alvorada desde o dia 11 de junho, já que havia decidido diminuir o contato com os repórteres.
A pergunta que causou incômodo ao presidente —”Presidente, por que Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”— viralizou nas redes sociais.
Depósitos na conta da primeira-dama
A informação sobre depósitos feitos por Fabrício Queiroz e por sua esposa, Márcia Aguiar, foram revelados pela revista Crusoé. De acordo com o veículo, foi repassado um total de R$ 89 mil à primeira-dama Michelle Bolsonaro.
A reportagem teve acesso à quebra de sigilo bancário do ex-assessor, autorizada pela Justiça. Extratos bancários de Queiroz mostram que foram depositados 21 cheques na conta de Michelle, entre 2011 e 2016, totalizando R$ 72 mil.
Em dezembro de 2018, o Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou que, com base em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz havia depositado cheques no valor de R$ 24 mil na conta da primeira-dama.
Na época, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o valor fazia parte de um empréstimo feito ao ex-assessor e que os depósitos eram parte do pagamento dessa dívida, com valor total de R$ 40 mil.
“Não foi por uma, foi por duas vezes que o Queiroz teve dívida comigo e me pagou com cheques. E não veio para a minha conta esse cheque, porque simplesmente eu deixei no Rio de Janeiro. Não estaria na minha conta. E não foram R$ 24 mil. Foram R$ 40 mil”, explicou o presidente.
Os documentos obtidos pela Crusoé divergem da versão do presidente, uma vez que não constam depósitos em nome de Jair Bolsonaro na conta de Queiroz.
Rachadinha
O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga Flávio Bolsonaro, suspeito de chefiar um suposto esquema conhecido por rachadinha, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). No esquema, funcionários do então deputado estadual Flávio devolviam parte do salário para que o dinheiro fosse lavado por meio de uma loja de chocolates e investimentos em imóveis.
De acordo com as investigações, Fabrício Queiroz era o operador financeiro do esquema, sendo responsável por receber o dinheiro e fazer pagamentos a fim de cobrir despesas de Flávio. Segundo a Crusoé, entre 2007 e 2018, os créditos na conta de Queiroz totalizaram R$ 6,2 milhões.
O ex-assessor foi preso no dia 18 de junho, em Atibaia, interior de São Paulo. Ele e a esposa cumprem prisão domiciliar em razão da pandemia do coronavírus. Os dois têm de usar tornozeleiras eletrônicas e não podem ir além da varanda do apartamento.
