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Após acusação de assédio, Globo demite Daniela Falcão, chefona da Vogue

Em setembro deste ano, em matéria do BuzzFeed, vários ex-funcionários de Daniela Falcão relataram uma rotina de assédio e humilhações

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DECO CURY/DIVULGAÇÃO
Daniela Falcão
1 de 1 Daniela Falcão - Foto: DECO CURY/DIVULGAÇÃO

A jornalista Daniela Falcão não faz mais parte da Edições Globo Condé Nast. O comunicado foi divulgado nesta sexta-feira (16/10) e o texto afirma que a decisão foi em comum acordo entre Editora Globo, Condé Nast e Daniela “para a realização de um desejo antigo de se dedicar a consultoria e a projetos pessoais”. Daniela já foi editora-chefe da Vogue Brasil e, até então, assumia o cargo de diretora-geral da joint venture entre o Grupo Globo e a editora internacional Condé Nast.

Em setembro deste ano, em matéria do BuzzFeed, vários ex-funcionários de Falcão relataram uma rotina de assédio e humilhações que sofriam na redação da revista perpetradas, segundo eles, por Daniela. “Toda hora alguém voltava do banheiro com cara de choro”, diz um dos relatos.

Confira a mensagem enviada pelo diretor-geral da Editora Globo, Frederic Kachar:

“MUDANÇAS NA DIREÇÃO GERAL DA EDIÇÕES GLOBO CONDÉ NAST

Após dez anos de dedicação, trabalho e parceria, Daniela Falcão deixará a Edições Globo Condé Nast no fim deste ano, em comum acordo com a Editora Globo e a Condé Nast, para a realização de um desejo antigo de se dedicar a consultoria e a projetos pessoais. Nas próximas semanas, trabalharemos juntos na transição e planejamento para 2021.

Daniela foi uma das primeiras pessoas a aceitar meu convite para fazer parte da EGCN, joint venture entre Editora Globo e Condé Nast, criada em 2010 com o intuito de não somente amplificar o alcance e a relevância dos produtos que já existiam àquela altura (Vogue e Casa Vogue), mas também lançar novas marcas do portfólio deste parceiro no mercado brasileiro. Na ocasião, Dani juntou-se à EGCN como diretora de Redação da Vogue, cargo que já ocupava na empresa que anteriormente editava a revista.

O primeiro grande desafio, rapidamente superado, foi o de inserir a Vogue – até então uma revista impressa – no ecossistema digital. Criamos o primeiro site da marca no Brasil e, em menos de dois anos, ele passou a disputar a liderança em audiência digital. Além disso, fomos pioneiros no desenvolvimento dos perfis em redes sociais, onde logo nos tornamos líderes absolutos no segmento. A construção de uma sólida e engajada audiência nos possibilitou uma robusta evolução do modelo de negócios ao longo da década passada, e Vogue Brasil tem hoje praticamente 40% do seu faturamento vindo de canais digitais.

Sem dúvidas, fomos capazes de acompanhar as rápidas transformações dos mercados de moda, beleza e lifestyle, além das agudas mudanças nos hábitos de consumo da nossa audiência, nestes dez anos. E temos orgulho, hoje, de constatar que a Vogue brasileira está entre as cinco principais do planeta.

Depois de um ano como diretora Editorial da empresa, a partir de 2017, Daniela assumiu a direção geral da EGCN. Destaco, neste período, a notável evolução na qualidade editorial de todos os produtos do nosso portfólio, além de uma maior disseminação da cultura digital nas equipes editorial e comercial. Nossas audiências em todos os demais produtos seguiram crescendo, assim como as receitas digitais.

Vale ressaltar também o fortalecimento da nossa grade de eventos, outra fonte importantíssima de resultados para a empresa. O Baile da Vogue se tornou o mais importante e disputado evento de luxo no país. Nosso Men of the Year, evento global da GQ, está entre os três maiores do mundo. Geração Glamour e Casa Vogue Experience também são benchmarks, dentro e fora do Brasil. E Wired, a marca mais admirada no mundo em inovação e tecnologia, desembarcou por aqui há quatro anos justamente como uma plataforma de eventos. Ainda nessa seara, sinto muito orgulho de termos desenvolvido em conjunto o Veste Rio, uma parceria entre Vogue e O Globo, que rapidamente se tornou o maior e mais influente evento para o trade da moda brasileira. Conseguimos unir as forças de duas marcas do nosso portfólio para criar um produto único, que foi capaz de restaurar a relevância do Rio de Janeiro no mundo da moda e da economia criativa, vocações que estavam abandonadas até então.

Por último, destaco também os projetos de responsabilidade social e ambiental desenvolvidos sob a gestão da Daniela, unindo anunciantes e ONGs, além da aceleração das práticas de inclusão e diversidade em nossos conteúdos e também junto ao corpo de colaboradores da EGCN.

Em breve, voltaremos com mais detalhes sobre a estrutura da empresa. Nesse ínterim, conto com o apoio de todos. Mesmo um ano dificílimo como tem sido 2020 não abala a minha confiança na capacidade da nossa equipe de seguir transformando a EGCN em uma empresa de mídia admirada e sustentável.

Um abraço,

Frederic Kachar”

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