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Amigo conta como Marília gostava de curtir a vida fora dos holofotes

Alto astral e humildade: maneira como a cantora conduzia a vida entre amigos e família foi a marca dela

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Amigo conta como era a convivência com Marília Mendonça (Fotos: Iago Caique Fernandes Lima)
Amigo conta como era a convivência com Marília Mendonça (Fotos: Iago Caique Fernandes Lima)
1 de 1 Amigo conta como era a convivência com Marília Mendonça (Fotos: Iago Caique Fernandes Lima) - Foto: Amigo conta como era a convivência com Marília Mendonça (Fotos: Iago Caique Fernandes Lima)

Iago Caique Fernandes Lima foi um dos melhores amigos de Marília Mendonça. Juntos eles viveram momentos inesquecíveis, dignos de um bom roteiro de filme de aventura e comédia. No bate-papo com a coluna LeoDias, ele trouxe histórias inéditas e desconhecidas do grande público sobre a Rainha da Sofrência. A humildade e a maneira como a cantora conduzia sua vida entre amigos e família, sempre com bom-humor e alto astral, era sua marca. 

Uma trollagem de Marília com um amigo puxa-saco num hotel está entre os momentos mais engraçados que Iago viveu ao lado dela. “Marília sempre foi muito humilde, sempre gostou da bebida simples, era da cerveja, depois, quando ela passou a fazer dieta, era gin com tônica, nunca teve luxo com essas coisas, não, com paladar bem simples mesmo”, conta ele.

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“Uma vez, ela me convidou para uma gravação do Todos os Cantos em Manaus. Ficamos em um hotel muito massa lá, muito bom. Era bem chique esse hotel que o escritório tinha colocado pra ela. Quando a gente chegou nesse hotel, a gente falou: ‘nossa, esse hotel é top, chique’. O restaurante era bem legal e ela falou assim: ‘está parecendo cenário de filme. Vamos tomar um dry martini?’. É a bebida do [filme] 007. Ela subiu no quarto, colocou uma roupa de banho e desceu toda chique para a gente tomar esse trem. Nunca tínhamos tomado. Quando fomos beber, vimos o quanto o trem era ruim. Ela falou: ‘não, não é possível que aquele povo gosta desse trem’. A gente ficou indignado de tanto que a bebida era ruim”, relembrou ele, rindo da situação. 

A trollagem ao amigo da equipe 

“Tinha um cara na equipe dela, um amigo nosso, que tudo que ela falava… Era o que ela falava, se ela falava que era bom, ele falava que era bom também, mesmo sendo ruim. A gente, para zoar, ligou para ele, ele desceu e foi lá beber com a gente. Pedimos um dry martini para ele, esperamos ele dar o primeiro gole e já ia falar que era ruim. Quando ele ia falar, nós viramos para ele falamos: ‘nossa, essa bebida é boa, né? Tem razão do pessoal gostar dela’. Ele falou: ‘nossa, é boa demais’. Nós voltamos a beber cerveja e esse cara ficou bebendo dry martini só porque ela falou que era bom”, conta Iago.  “Tem uma foto minha e dela na piscina, com os braços abertos, é no hotel desta foto”. 

Amor pela família

Iago conta que Marília sempre foi muito temente à mãe. “Mãe, família e Deus em primeiro lugar. Ninguém acredita nisso, mas Marília tinha que pedir permissão à mãe para fazer tatuagem, para viajar. A trabalho, não, mas a lazer tinha que pedir para a tia Ruth. Estavamos, pareciamos crianças, fomos pedir para a tia Ruth liberar Marília para ir para Pirenópolis, que é uma cidade a 200 km de Goiânia. Foi uma viagem muito massa que fizemos, ficamos em um hotel bem legal”, disse.

“São curiosidades que a galera não via Marília desse jeito. Para fazer tatuagem, ela pediu para a mãe mesmo depois de adulta. Quando a gente ia viajar, a tia Ruth tinha que liberar”.

Aventura em Pirenópolis

“Nós fomos para a rua do lazer, que é uma rua bem conhecida. Começamos a tomar uma, assim que chegamos no bar, Marília avistou um casal de senhores e falou: ‘nossa, que bonitinho, quero ficar velha assim, vou fazer amizade com eles’. Bebemos, a bebida foi subindo para a cabeça, começamos a ficar alegres… Quando percebemos, Marília já estava cantando no bar, dando uma palinha, o cantor do bar conhecia ela, mas não era muito fã de sertanejo… Quando ela começou a cantar, a galera gostou demais, só que era um bar que não tinha muita gente, então foi um show para poucos.

Marília cantou, Luíza cantou… Quando a gente percebeu, Marília já tinha trocado telefone com o casal, falou que a gente ia almoçar na casa deles no dia seguinte. Todo mundo sem entender nada. Luíza, bêbada, subiu no cangote do senhor, Marília quase no cangote da senhora, falando que eles eram muito legais, que podíamos marcar um almoço. Quando a gente acordou no outro dia, o pessoal tinha mandado mensagem para ela, confirmando o almoço, e ela não estava nem lembrando que tinha marcado”.

Outros prazeres da vida, além da música 

“Os programas que ela achava mais interessantes: lógico, ela gostava de tomar uma, mas quando a gente não queria, a gente assistia a um filme, ela era viciada em filmes, a gente ia muito ao cinema, muito para uma chácara em Trindade. Na pandemia, a gente fez muito uso desta chácara. Às vezes a galera falava: ‘ah, não, só bebe…’. Cara, tinha vez que íamos [à chacara] e era meio que um detox de bebida. A gente não bebia, ficávamos assistindo filmes, comendo besteira, programas normais, que a galera não tem noção que ela gostava muito de fazer, mesmo tendo a condição que tinha, podendo proporcionar muita coisa para todo mundo. Ela sempre foi muito pé no chão”.

“Lembro de uma viagem que fizemos no Réveillon. Ela poderia ter ido passar o Réveillon em Paris com Neymar, com a galera conhecida, poderia ter chamado o Murilo e viajado o mundo todo, mas ela fez questão de alugar uma casa na praia e levar todos os amigos mais próximos, os amigos da mãe e do irmão. Ela era muito da galera, dos dela, nunca foi uma pessoa sozinha, nunca foi do ‘eu vou’, era sempre ‘nós vamos’.

Viajamos para o Réveillon, ela alugou uma casa, levou 15 pessoas, pagou avião para todo mundo. Quando fomos para o México, foi do mesmo jeito, poderia ter ido só ela e o Murilo. Ela falou: ‘não, vamos com mais gente’. Colocou eu e Bahia para irmos juntos e a gente aproveitou e curtiu demais. Sempre os planos que ela fazia, era sempre em conjunto com a turma dela, isso eu sempre admirei muito, ela sempre fazia muita questão de ter todos por perto, ela entendia que aproveitava mais os dela de verdade”, disse Iago. 

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