Veja os desafios da Saúde do DF após saída do secretário Osnei Okumoto

Com a exoneração do agora ex-secretário de Saúde Osnei Okumoto (foto em destaque), o novo quadro escolhido pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) nesta sexta-feira (27/8) terá o desafio de comandar uma das pastas mais espinhosas das diferentes gestões do Governo do Distrito Federal (GDF).

Além de administrar as próximas fases da pandemia da Covid-19, como a continuidade da vacinação dos brasilienses e até o preparo para uma possível nova onda de infecções pela doença, há, ainda, os problemas históricos da área, que é a falta de profissionais de saúde e de insumos e as constantes superlotações das unidades públicas.

De forma mais pontual, Artur Felipe Siqueira de Brito, nome escolhido pelo governador para ocupar a cadeira interinamente, terá de prestar esclarecimentos ao Tribunal de Contas do DF (TCDF) sobre o acordo de R$ 102,5 milhões para recontratar, com dispensa de licitação, a Associação Saúde em Movimento (ASM) para administrar unidades de leitos para pacientes com Covid-19. A entidade fez a gestão no Hospital de Campanha da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).

Outra preocupação será com o monitoramento das infecções pela variante Delta do novo coronavírus. Em dados recentes, o Distrito Federal tem 173 pessoas infectadas pela mutação do vírus. Somente na última quinta-feira (26/8), 48 novos casos foram confirmados pelo GDF.

Da mesma forma, os técnicos da área acompanham o possível aumento da demanda por atendimento médico e de outros profissionais da saúde com a notificação de casos da chamada síndrome pós-Covid, quadro clínico apresentado em pacientes curados da doença, mas que permanecem com sequelas deixadas pela infecção.

Ibaneis assume

Com a desistência do médico Alberto Aguiar Santos Neto, ortopedista que chegou a aceitar o posto após a saída de Okumoto, Ibaneis Rocha chegou a anunciar que responderia pessoalmente pela pasta até que fosse batido o martelo sobre quem ocuparia a liderança da pasta. Em menos de 24h, porém, nomeou o substituto de Osnei Okumoto.

A decisão do governador de gerir a secretaria tinha um motivo: a Saúde é alvo de constantes críticas por parte da população, além de ser apontada, inclusive, como o “calcanhar de Aquiles” de outros governadores do Distrito Federal. Portanto, a nova direção precisará tomar medidas enérgicas para evitar novas turbulências administrativas e, consequentemente, políticas.

Desde a prisão do ex-secretário Francisco Araújo, em decorrência da Operação Falso Negativo, a Saúde local tem passado por problemas, como surgimento de superbactérias responsáveis pela interdição de setores de hospitais, falta de equipamentos de proteção individual (EPI) e de medicamentos (até mesmo para sedação e de quimioterapia), entre outros.

Contudo, a maior reclamação foi sobre a necessidade de agendamento virtual para que o cidadão pudesse receber a vacina contra a Covid-19, modalidade que foi parcialmente abandonada pela pasta. Com a chegada de doses extras do Ministério da Saúde, foi possível acabar com parte da burocracia para a imunização.

Atualmente, apenas categorias específicas ainda precisam do cadastro no sistema da secretaria para receber alguma dose do imunizante. Okumoto passa o bastão ao sucessor com 72,9% do publico alvo vacinado com a primeira dose, além de 31,12% desse mesmo grupo da população que recebeu a segunda dose ou a dose única do imunizante contra o Sars-Cov-2.

Veja a nomeação do novo secretário interino na edição extra do Diário Oficial do DF:

Nomeação do novo secretário interino da Saúde do DF by Metropoles on Scribd