Treta da Covaxin: Onyx e Miranda se estranham em comissão da Câmara
Ministro sinalizou que deputado responsável pela denúncia poderia ter uma psicopatia e foi rebatido: “Ficou com cara de palhaço”
atualizado
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Confronto ocorrido entre o ministro da Secretaria-Geral da Onyx Lorenzoni e o deputado Luis Miranda (DEM-DF) marcou a sessão desta quarta-feira (14/7) da Comissão de Fiscalização e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados.
O representante do Palácio do Planalto manteve a linha de defesa de que o correligionário teria feito uma denunciação caluniosa sobre possíveis irregularidades na compra da Covaxin pelo Ministério da Saúde.
“Em tese, a pessoa que é paciente de psicopatia, ela vive em um mundo paralelo, ela não tem limite ético, nem moral: vive num mundo fantasioso”, disse Onyx. “O servidor relata muito antes os documentos que teve acesso. E não relata a correção deles, mesmo sabendo que esteve com o presidente da República, com acusações graves. E ele não comunica ao irmão parlamentar que estava tudo resolvido. E 90 dias depois, a história reaparece midiaticamente”, continuou o ministro.
Miranda pediu a palavra para contestar a versão de Lorenzoni. Ele reafirmou os possíveis erros identificados nos documentos para a aquisição da vacina indiana pela Precisa Medicamentos, representante do laboratório no Brasil.
Segundo Miranda, contudo, até ser suspenso, o processo permaneceu favorecendo empresa localizada em Cingapura, considerado um paraíso fiscal, mesmo sem constar na última versão do contrato.
“De acordo com a fala do ministro Onyx Lorenzoni, na CFFC, meu erro foi acreditar que o presidente estaria disposto a cumprir seu principal compromisso de campanha: combater a corrupção. Deveria ter procurado o MP, que agora determinou que se investigue o presidente”, ironizou o deputado pelo Twitter.
Ao Metrópoles, Luis Miranda afirmou que as denúncias resultaram em investigações. “Eu acho que ele ficou com cara de palhaço. Ele está vivendo uma fantasia. Os governistas compraram uma narrativa e se desesperam para tentar mantê-la. O presidente sabia que era grave, foi corrigido, mas a empresa terceira continua sendo beneficiada, mesmo sem estar no contrato e ser contra a legislação brasileira”, afirmou.
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que pretende realizar uma acareação entre o denunciante sobre o caso Covaxin e o ministro Onyx Lorenzoni. Não há data prevista para o novo confronto.