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Áudio. Kajuru sobre Ciro Nogueira na Casa Civil: “O cargo é maior que ele”

Em entrevista ao Metrópoles, senador diz que o nome de Álvaro Dias ganha força no Podemos para possível disputa presidencial de 2022

atualizado

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foto colorida do senador jorge Kajuru de óculos e com blusa azul
1 de 1 foto colorida do senador jorge Kajuru de óculos e com blusa azul - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) criticou, nesta sexta-feira (30/7), a escolha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI) para ocupar a Casa Civil da Presidência da República. A declaração ocorreu durante participação do congressista no Spaces, novo projeto de entrevistas do Metrópoles pelo Twitter.

“Ele não merece esse cargo, é maior que ele. A maneira como ele quer usar esse cargo é o que mais a gente tem de se preocupar daqui para a frente”, declarou.

Para o congressista eleito por Goiás, a indicação do cacique do Centrão e colega de Senado Federal “é uma traição” de Bolsonaro ao mote que o elegeu em 2018: o de combater a prática de troca de indicações de partidos por apoio político.

“Nem Jesus Cristo na Presidência da República acabaria com o ‘toma lá, dá cá’. Ele entrega a chave do governo a alguém que responde a cinco processos”, completou.

O senador também avaliou que a troca ministerial foi um aceno à ala mais fisiológica do Congresso Nacional a fim de manter uma base garantida de votos com o objetivo de aprovar pautas de interesse do Palácio do Planalto e, paralelamente, blindar a abertura de um possível processo de impeachment contra o presidente.

“Eu não tenho nenhuma dúvida; até porque ele [Bolsonaro] declarou que, se não negociasse com parlamentares, ou com uma base deles – ele foi muito sincero, nesse ponto eu não critico o presidente – quando disse que, sem esse apoio, ficaria com 150 deputados dos 513.”

Ouça:

Eleições 2022

Filiado ao Podemos, o senador adiantou que os trabalhos dentro da legenda direcionam a sigla para estar na cabeça de chapa nas eleições ao Planalto no ano que vem e, segundo ele, a costura seguiria por uma nova candidatura do senador Álvaro Dias (PR), derrotado em 2018 .

“Lasier Martins e eu temos uma posição de que o Podemos deveria ter candidato e deve ser o Álvaro Dias, que está ganhando força do partido”, garantiu. Contudo, Kajuru ponderou que a confirmação da candidatura só ocorrerá se houver “unanimidade” partidária.

Durante a conversa, Jorge Kajuru também acenou positivamente para a possível candidatura do apresentador José Luiz Datena, de quem é amigo desde a infância, na corrida presidencial de 2022. Segundo o senador, caso o cenário se confirme, ele pedirá votos ao compadre.

“Como integrante do partido, jamais pedirei pra que não votem no Álvaro Dias, não farei uma campanha contra ele, mas entrarei de coração na campanha do meu irmão José Luiz Datena. Eu já falei isso para o Álvaro Dias, que viveu uma situação parecida com o irmão dele. Isso não tem jeito. Não é sangue, mas é como se fosse, uma gratidão eterna, uma amizade eterna e de lealdade. Então eu espero que o partido entenda se acontecer isso. Se não entender, não posso fazer nada e terei que seguir a minha vida”, frisou.

Mendonça

Kajuru voltou a criticar a indicação do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça, para a vaga a ser aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria compulsória de Marco Aurélio Mello.

“Eu fui o primeiro entre os 594 parlamentares a dizer que sou radicalmente contra a indicação do André Mendonça, porque o André Mendonça, na AGU, é um advogado do presidente Jair Bolsonaro. No meu entendimento, deveria ser uma pessoa neutra, preparada, com belo histórico, para entrar e mostrar o seu preparo em um local tão importante para o país, que é o STF. Ele não tem essas condições. Para mim, é um novo Kássio Nunes [Marques]: despreparado”, disse.

A decisão de Bolsonaro reconduzir o procurador-geral da República, Augusto Aras, ao cargo também foi alvo de ataques do senador de Goiás. “Quem não se lembra de Geraldo Brindeiro, procurador-Geral da República no governo Fernando Henrique Cardoso durante oito anos? Ele ganhou o apelido de engavetador geral do Brasil. Esse Aras faz do mesmo jeito: engaveta tudo o que aparece contra o presidente Bolsonaro. Portanto, não deveria ser reconduzido”, finalizou.

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