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Ministro da Justiça é acionado após Bessa defender golpe contra STF

Luis Miranda (DEM-DF) pediu que ministro abra ação penal pública no Supremo Tribunal Federal contra Laerte Bessa

atualizado

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Myke Sena/Especial para o Metrópoles
Laerte-Bessa
1 de 1 Laerte-Bessa - Foto: Myke Sena/Especial para o Metrópoles

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, foi acionado nesta segunda-feira (7/6) após o deputado federal Laerte Bessa (PL-DF, foto em destaque) ter criticado, em áudio direcionado a policiais civis, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e afirmar que defendia “um golpe” para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.

O acionamento foi feito pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Os dois bateram boca na semana passada após o veto presidencial à emenda que garantiria o plano de saúde para os servidores da Polícia Civil (PCDF).

Bessa chamou o colega de bancada de “estelionatário contumaz”. Miranda pediu ao ministro que seja requerida a instalação de ação penal pública no Supremo Tribunal Federal contra Laerte Bessa, de acordo com o que dispõe o artigo 24 do Código Penal.

“É um crime contra a democracia incentivar não só a população, mas a segurança pública, que é perigosíssima, homens armados, a fechar o STF, a fechar o Congresso Nacional, né? E depois que dermos a entrada no Supremo nós iremos para o Conselho de Ética também pedir a cassação e, obviamente, um impedimento de que o mesmo concorra nas próximas eleições, bem como nos próximos oito anos”, disse Luis Miranda.

“Pessoas como essa precisam pagar o preço, e a lei cobra. Não estamos pedindo nada aí além do que está na lei”, emendou.

A coluna tenta contato com o deputado Laerte Bessa.

Veja o documento:

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Entenda o caso:

A briga começou quando Laerte Bessa criticou a decisão de Bolsonaro de vetar a emenda do plano de saúde no projeto que reestruturou a Polícia Civil do DF (PCDF).

“Era esperado que ele simplesmente vetasse [o plano de saúde] pelo fato de que ele estava achando que poderia cometer um crime de responsabilidade. Bom, eu não quero comentar sobre o presidente, porque ele não é isso tudo que o povo está pensando. Eu conheço ele bem e sei que ele deixou muito a desejar no comando do país. Todo mundo sabe que nós votamos nele pra ele dar o golpe, pra ele acabar com o Supremo e, se fosse o caso, fechasse o Congresso também, porque eu era totalmente a favor, e ele simplesmente se acovardou.”

Ao voltar a falar sobre o veto, Laerte Bessa afirmou que vai trabalhar para derrubar o veto no Congresso, que seria “questão de honra”, e direcionou ataques ao colega de bancada.

“O senhor Luis Miranda, quem conhece, é um estelionatário contumaz aqui no Distrito Federal. Ele tem em torno de 12 processos, inquéritos policiais nas delegacias aqui do Distrito Federal, sem contar nos Estados Unidos. Então, o nosso pessoal colocou muita fé nele. Eu sabia que aquilo era um balão de ensaio, que era fogo, fogo na fogueira sem álcool e que nós podíamos simplesmente ter uma grande decepção no final daquele projeto que ele era o relator. Eu eu tinha certeza, ia sair também que os nossos policiais não acreditam em Papai Noel”, continuou.

Ouça:

Conselho de Ética

Ao tomar conhecimento do conteúdo do áudio, Luis Miranda informou ao Metrópoles que vai levar os xingamentos disparados por Laerte Bessa ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Além disso, o parlamentar afirmou que processos contra ele foram arquivados e que o ex-diretor da PCDF tentou atribuir ao presidente uma tentativa de golpe contra os poderes, defendido pelo próprio Bessa. Recentemente, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) foi preso pelo mesmo discurso.

Procurado pela coluna no dia do bate-boca, Laerte Bessa confirmou a autoria do áudio e disse que não se manifestaria sobre a gravação: “Deixa o pau quebrar”.

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