Luis Miranda diz sofrer ataques nas redes: “Falam que vão matar”
Deputado que denunciou corrupção na Saúde foi convidado na estreia da sala do Metrópoles no Spaces, plataforma de áudio dentro do Twitter
atualizado
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O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou, nesta sexta-feira (2/7), que a Polícia Federal negou o pedido feito pelo parlamentar para ter o direito ao porte de armas. O congressista ingressou com a solicitação após ter, segundo ele, sofrido ameaças de morte pelas redes sociais por ter denunciado um possível esquema de corrupção na compra da Covaxin pelo Ministério da Saúde.
Miranda foi o convidado para participar do novo projeto do Metrópoles, o qual receberá, semanalmente, convidados para uma conversa dentro do Spaces, plataforma de áudio criada pelo Twitter.
Durante a entrevista, o deputado afirmou que, desde que prestou testemunho como convidado da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 ao lado do irmão, o servidor concursado do ministério Luis Ricardo Miranda, a família passou a ser alvo de ameaças pelas redes sociais, inclusive de morte, motivo que levou a comissão a pedir a proteção dos dois irmãos para a Polícia Federal.
A falta de resposta para os senadores foi encarada pelo congressista como uma retaliação do governo federal pela crise política gerada após o depoimento. “O pedido de porte de armas é liberado para todo mundo, mas para mim não foi. Estou sofrendo represálias absurdas. Tem algo muito grave nisso. Vamos recorrer, mas é um sinal claro”, disse.
Sobre as ameaças, Luis Miranda detalhou que os ataques chegam por meio das redes sociais e de forma constante. “Eles estão falando que se nos virem nas ruas, vão nos matar. São mensagens constantes que recebemos e colocam em risco nossa integridade, principalmente de pessoas que disseram ser defensoras do presidente Bolsonaro”, continuou.
Impeachment
Sobre uma possível cobrança da população para a abertura de impeachment, Luis Miranda tentou desviar do tema, mas afirmou que defende análise técnica criteriosa das peças.
“Eu sou técnico e tecnicamente é difícil apostar em impeachment. Evito tocar no tema impeachment. Tenho receio do impacto, principalmente o econômico. A população já está sofrendo demais. São tantos danos quando não se faz a análise desse impacto da população, que deveria ser prioridade”, afirmou
Embora tenha se estranhado publicamente com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, e com o senador Marcos Rogério (RO), ambos correligionários do deputado democrata, Miranda afirmou que “por enquanto” permanecerá na legenda.
“O presidente do Democratas do DF é bolsonarista, apesar do Bolsonaro nunca ter feito nada por ele, ainda segue na paixão por ele. Não subo no palanque bolsonarista nunca mais na minha vida. Se o partido no DF quiser acompanhar Bolsonaro, eu vou sair do partido. Vamos aguardar o que o povo quer de mim”.