Luis Miranda diz que usará colete à prova de bala em oitiva da CPI
Cúpula da comissão solicitou segurança da Polícia Federal para proteção do parlamentar e de familiares, mas pedido não havia sido respondido
atualizado
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O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou ao Metrópoles, nesta sexta-feira (25/6), que decidiu prestar o depoimento na Comissão Parlamentar de Iquérito (CPI) da Covid-19, no Senado Federal, vestindo um colete à prova de balas. O uso do aparato constitui uma resposta à omissão da Polícia Federal (PF), em relação ao pedido da cúpula do colegiado para que a corporação garantisse a segurança do parlamentar, do irmão dele e de seus familiares.
“Já acionei a Polícia Legislativa da Câmara e do Senado Federal e eles vão fazer os seus papéis. Mas estarei de colete à prova de balas para garantir minha proteção, porque vou falar coisas que muitos não vão querer ouvir”, disse o deputado à coluna Janela Indiscreta.
O congressista e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda – servidor concursado do Ministério da Saúde –, foram convidados pela CPI da Covid, como testemunhas, para detalhar a denúncia levada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ainda no dia 20 de março, sobre possíveis irregularidades na compra da vacina Covaxin.
Os senadores apuram se houve prevaricação do titular do Palácio do Planalto, ao não despachar os documentos para a PF.
O deputado e o irmão, que alega ter sofrido pressão para consolidar a aquisição dos imunizantes, passaram praticamente toda a última quinta-feira (24/6), véspera do depoimento, com uma equipe de oito advogados e especialistas, como forma de se prepararem para a oitiva.
Os irmãos Miranda têm reforçado, publicamente, uma possível ingerência da alta cúpula da pasta para a aquisição dos imunizantes indianos.
Em entrevista ao Metrópoles, o congressista revelou as mensagens encaminhadas por autoridades do Ministério da Saúde cobrando de Luis Ricardo a liberação acelerada para a compra dessas vacinas. Além disso, também comprovou ter visitado Bolsonaro para alertar sobre o “esquema” – que, segundo ele, serviria para facilitar a compra bilionária do produto da Índia.
Mesmo após o encontro, o parlamentar garante que nunca foram procurados pela Polícia Federal para prestar depoimentos.
Atualização às 14h22:
O deputado Luis Miranda chegou ao Senado Federal usando um colete à prova de balas e com uma Bíblia na mão. Veja a foto: