Justiça arquiva caso do professor da Asa Norte que morreu envenenado
Pedido foi feito pelo Ministério Público local “por não ter sido demonstrada a existência de crime doloso contra a vida”
atualizado
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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) decidiu arquivar a ação que investigava as circunstâncias da morte do professor Odailton Charles de Albuquerque Silva, 50 anos, em 4 de fevereiro deste ano. O docente trabalhava no Centro de Ensino Fundamental (CEF) da 410 Norte e morreu no Hospital de Base, cinco dias após ingerir suco de uva com “chumbinho”.
O arquivamento foi a pedido do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) após o magistrado ter encaminhado o inquérito para análise dos promotores. O caso tramitou com sigilo na Justiça.
Durante as apurações, a conclusão do laudo de reconstituição pelo Instituto de Criminalística (IC) permitiria que a PCDF descartasse linhas de investigação e, assim, concluísse a apuração do crime. Entre as hipóteses levantadas, estavam envenenamento (homicídio) e suicídio, mas o assassinato foi descartado.
De acordo com o MPDFT, o arquivamento se deu “por não ter sido demonstrada a existência de crime doloso contra a vida”.
Nesta segunda-feira (14/9), a direção do CEF 410 Norte divulgou nota para a imprensa ao tomar conhecimento da decisão judicial.
“Por respeito, dever e responsabilidade, vem publicamente ante a comunidade escolar do Distrito Federal (secretários, diretores, professores, professoras, mães, pais e estudantes) informar que os fatos ocorridos no dia 30/01/2020, que levaram ao falecimento do professor Odailton Charles, foram esclarecidos após processo de investigação policial e segundo o Relatório final/I.P. nº 60/2020-2ª D.P., bem como a decisão contida em IJURIBSB/Decisão/ID71716689, não houve crime de homicídio por parte de nenhum dos servidores e ou servidoras desta instituição”, registrou.
“Ainda, por essa razão, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios requereu o arquivamento do processo investigatório. Diante do exposto, a Direção do CEF 410 Norte agradece a solidariedade e o apoio daqueles que, conhecedores da seriedade do nosso trabalho e caráter, mantiveram-se confiantes de que a Justiça seria feita e a verdade seria elucidada”, finalizou.
Relembre o caso
O envenenamento ocorreu em janeiro deste ano, e a reconstituição foi realizada em 15 de fevereiro. Desde que as investigações começaram, agentes da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) ouviram mais de 30 pessoas, entre parentes, testemunhas e funcionários da escola pública.
De dentro da escola, onde participaria de reunião, o professor Odailton enviou áudios angustiantes a familiares e colegas, pedindo socorro e detalhando seu estado de saúde.
O docente chegou a dizer nas gravações de WhatsApp que desconfiava de alguma substância estranha em sua bebida. Contou, ainda, ter ingerido um suco de uva oferecido por uma colega da escola, mas a informação nunca foi confirmada pela PCDF.