Entidades do DF querem reparação após Thaís, do BBB 21, imitar Libras
Um abaixo-assinado foi aberto para respaldar, na Justiça, uma ação civil contra a integrante da 21ª edição do reality global: “Desrespeito”
atualizado
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O Centro Brasiliense de Defesa dos Direitos Humanos e o Sindicato dos Trabalhadores Intérpretes de Libras de Brasília criaram um abaixo-assinado para repudiar Thaís, integrante do Big Brother Brasil (BBB) 21, após a sister ter simulado a atuação de um intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras). A transmissão (reprodução em destaque) foi registrada, ao vivo, na noite de segunda-feira (13/4), quando Gil estava com a palavra.
O protesto também teve a adesão da Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos (Apada-DF). A Libras foi reconhecida como meio legal de comunicação pela Lei Federal 10.436, de 24 de abril de 2002.
“Repudiamos o comportamento preconceituoso e desrespeitoso da participante Thaís Faria Braz, da 21ª edição do BBB, que, durante a transmissão do programa, utilizou de forma pejorativa gestos para simular a atuação de um tradutor/intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Libras completará, nos próximos dias, 19 anos de reconhecimento como língua oficial brasileira”, inicia o pedido.
De acordo com os autores, “o comportamento da Thaís ofende a comunidade surda e todos os profissionais de Libras que lutam até hoje por reconhecimento. Exigimos a imediata retratação da participante e da Rede Globo com exibição, em tempo igual, de conteúdo para valorização da língua de sinais. Não aceitaremos preconceito e brincadeira com a língua de um povo que resiste em um país por mais reconhecimento e direitos”, reforçam.
O abaixo-assinado pode ser acessado aqui.
Veja o vídeo compartilhado nas redes:
Desrespeito
Segundo Michel Platini, presidente do Centro Brasiliense de Defesa dos Direitos Humanos e fundador do Sindicato dos Trabalhadores Intérpretes de Libras de Brasília, o tema não é motivo para brincadeira.
“Quem brinca com essa língua, brinca também com os profissionais intérpretes, brinca com um povo que resiste e luta por inclusão e respeito. O capacitismo precisa ser combatido e, por isso, exigimos uma retratação”, disse.
Ele explica que o termo capacitismo é usado na construção social de um corpo padrão denominado como “normal” e da subestimação da capacidade e aptidão de pessoas em virtude de suas deficiências.
A participante Thaís está no paredão para deixar o programa nesta noite. Disputa a permanência com os participantes Fiuk e Arthur.