Deputado grampeado indica “jagunços” para calar dirigente do PTB-SP
Rodrigo Valadares é deputado por Sergipe e sugeriu solução para presidente nacional petebista, Graciela Nienov, protagonista da atual crise
atualizado
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O conteúdo vazado do chamado “grupo secreto” da cúpula do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) indica a oferta de contratação de “dois jagunços” para, possivelmente, silenciar o presidente do diretório regional de São Paulo petebista.
Nas conversas gravadas, o deputado estadual Rodrigo Valadares (PTB-SE) sugere a possibilidade para a mudança no comando do diretório paulista, atualmente ocupado pelo empresário Otávio Fakhoury.
A totalidade do conteúdo resultou no afastamento da atual presidente nacional da sigla, Graciela Niemov, acusada de traição pelos petebistas aliados de Roberto Jefferson, presidente de honra da agremiação.
“Como todos já sabem, as conversas revelaram que o deputado disse que poderiam ‘resolver rápido SP…é só dizer ok’, para eu “deixar de osadia (sic)’. Diante da ameaça (que eu não levo na brincadeira), medidas legais já estão sendo tomadas”, afirmou Fakhoury pelo Twitter.
A reportagem tenta contato com o deputado e o espaço será atualizado se houver manifestação do parlamentar sergipano.
Veja a publicação:
De quebra, como todos já sabem, as conversas revelaram que o deputado disse que poderiam “resolver rápido SP…é só dizer ok”, para eu “deixar de osadia (sic)”. Diante da ameaça (que eu não levo na brincadeira), medidas legais já estão sendo tomadas. ⬇️ pic.twitter.com/3Xc9KEQ7Rz
— Faka 🇧🇷🇧🇷🇮🇱🇺🇸🇱🇧 (@opropriofaka) January 30, 2022
Crise
A legenda vive uma grande crise após conversas reservadas de WhatsApp terem sido publicadas nas redes sociais. A atual presidente, Graciela Niemov, não retorna e deletou as redes sociais após a divulgação do conteúdo.
Em prisão domiciliar, Roberto Jefferson – principal líder da legenda – afirmou ter sido traído e que a sucessora “se transformou em ruptura” dentro do PTB.
Acusada de traição, sucessora de Jefferson deixa comando do PTB
Demissão
Após a crise criada com o conteúdo compartilhado, dirigentes estaduais do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) convocaram uma assembleia, nesta segunda-feira (30/1), para o caso de a presidente nacional, Graciele Nienov, não apresente oficialmente o pedido de demissão do cargo ao diretório nacional.
Eles também defendem o afastamento imediato de todos os nomes envolvidos em áudios vazados de um “grupo secreto”. Pelo menos quatro petebistas estão na lista para a demissão sumária.
As conversas vazadas indicariam, segundo aliados do ex-deputado federal, um complô de parte dessa cúpula petebista contra o presidente de honra da sigla, Roberto Jefferson.
Mais cedo, o próprio ex-deputado federal – o qual está em prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes (do Supremo Tribunal Federa) – divulgou uma carta aberta, por meio do advogado, oficializando o pedido de afastamento da sucessora.
Traição
No manifesto, o político disse que ficou “triste e abalado” depois de ter ouvido o conteúdo das trocas de mensagens no classificado “grupo secreto” da sucessora, acusada de traição por apoiadores de Jefferson. O cacique também informa que o vazamento teria ocorrido após um dos integrantes ter se desentendido internamente.
“A Graciela me pediu demissão, eu aceitei, pois após os áudios do grupo dela perdeu qualquer condição moral ou política para continuar à frente da presidência. A Graciela me desqualificou e me traiu. Quis apagar minhas lutas e o meu legado. Estou dizendo isso pelo o que ouvi do grupo secreto da Graciela”, escreveu.
Nienov apagou as redes sociais e não foi localizada pela reportagem. O espaço continua aberto para manifestações.