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Correios apresentam lucro de R$ 3,7 bi, recorde pelo 3º ano seguido

Balanço apresentado nesta quinta-feira é referente ao ano de 2021. Números reforçam decisão da diretoria de privatizar estatal

atualizado

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Vinícius Santa Rosa/Metrópoles
Sobre a greve,  a empresa afirmou que já possui um plano de contingência
1 de 1 Sobre a greve,  a empresa afirmou que já possui um plano de contingência - Foto: Vinícius Santa Rosa/Metrópoles

Pelo terceiro ano consecutivo, os Correios fecharam o ano de 2021 com lucro histórico. A estatal mais do que dobrou o valor registrado em 2020 e anunciou o resultado de R$ 3,7 bilhões nas análises contábeis do último exercício. De acordo com a empresa, são os melhores índices registrados nos últimos 22 anos.

A empresa apurou, ainda, uma evolução de 15% no indicador financeiro EBITDA (sigla formada pelas palavras em inglês Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization, traduzida em português livre como Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), ou seja, um saldo de R$ 3,1 bilhões.

Ainda na esfera de redução de custos, somente no ano de 2021, houve uma economia da ordem de R$ 1,4 bilhão durante as fases das licitações e gestão de contratos administrativos efetuadas pela estatal. A gestão atual promove, ainda, o Feirão de Imóveis, com 83 imóveis disponíveis para venda e valor a ser arrecadado de aproximadamente R$ 680 milhões. Desses, 52 unidades já foram vendidas, com valor de R$ 38,7 milhões, até o momento.

Para manter-se em funcionamento com a segurança necessária durante a pandemia, os Correios desembolsaram mais de R$ 858 milhões em contratação de mão de obra terceirizada (mais de 202 mil profissionais prestaram serviço para a empresa neste período) para manter o contingente de empregados enquadrados no grupo de risco afastados de suas atividades.

O presidente dos Correios, Floriano Peixoto, afirmou que os números são reflexos da primeira fase do planejamento elaborado para a estatal.

“Os resultados auferidos corroboram a eficácia das estratégias adotadas pela gestão, pois, pelo segundo ano consecutivo, a empresa registrou lucro recorde. Embora a saúde financeira da estatal, hoje em melhor situação que a verificada há três anos, ainda não tenha atingido o patamar necessário para garantir a perenidade dos negócios, é possível afirmar que o alcance de taxas de crescimento equivalentes ou superiores às do mercado se dará com mais rapidez”, disse.

Privatização

Os Correios são uma das empresas estatais que estão na mira do governo federal, mas a proposta está parada no Congresso Nacional. Apesar de ter apresentado bons números, a desestatização não é descartada.

“A questão da privatização não pode ser discutida sob uma ótica circunstancial. Em contraposição ao período atual, por exemplo, entre 2013 e 2016 os Correios deram prejuízo bilionário, quase se tornando dependentes financeiramente do governo. Ao analisarmos a empresa em um conjuntura estrutural, constatamos que ela foi fundada quando a maior parte da sua operação eram as cartas e, hoje, a realidade de suas operações é cada vez mais distante disso”, explicou Floriano Peixoto.

Segundo ele, atualmente, a logística de encomendas, principal fonte de receita da estatal, é feita em ambiente concorrencial, onde há vários players e muita tecnologia envolvida.

“A empresa pública, por sua natureza, tem muita dificuldade de concorrer nesse mercado. Se o objetivo dos Correios é prover soluções de qualidade ao cidadão, seu maior beneficiário, não há caminho a ser trilhado pela companhia que não passe por sua desestatização”.

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