“Contradição”: presidente do PSol critica aliança entre Lula e Alckmin
Ao Metrópoles, Juliano Medeiros elencou defeitos do ex-tucano e afirmou que a presença do ex-governador na chapa pode atrapalhar composição
atualizado
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Em entrevista ao Metrópoles, o presidente nacional do PSol, Juliano Medeiros, criticou a possível aliança entre o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido). O ex-tucano é cotado para ser vice de Lula na disputa presidencial deste ano. Medeiros classificou como “contradição” a presença de Alckmin em um candidatura que tem a pretensão de “unir a esquerda”.
“Não vejo muita coerência, para quem quer viabilizar um programa de esquerda para reconstruir o Brasil, colocar como vice uma pessoa corresponsável pela crise que nós vivemos. Geraldo Alckmin, ao apoiar a agenda que foi instituída depois do impeachment da Dilma pelo Michel Temer e nos primeiros anos de Jair Bolsonaro, se choca com o que seriam as propostas de uma frente ampla de esquerda”, afirmou (confira a partir de 2’7”).
De acordo com o dirigente partidário, a ausência do PSol na disputa presidencial – que desde a fundação, em 2005, sempre esteve na corrida – já está encaminhada por decisão do congresso da sigla, ainda em 2021. “A decisão que foi tomada no congresso do PSol, por ampla maioria, é de buscar a unidade dos partidos de oposição. A situação do país é muito grave. Envolve não só uma crise econômica profunda, que jogou 19 milhões de brasileiros para baixo da linha da pobreza, mas também a falta de perspectivas”, declarou (0’44”).
Medeiros revelou que há conversas abertas do PSol com o PCdoB e com a Rede Sustentabilidade sobre a formação de uma federação partidária para as eleições de 2022. “Estamos no meio das negociações que envolvem os programas dessas federações, as propostas para combater a crise no Brasil. Eu diria que a gente já andou uns 50% do caminho. Acho que seria bom para a democracia brasileira, são dois partidos de muita identidade”, indicou (9’28”).
Aliança no quintal bolsonarista
Estado-chave do bolsonarismo, o Rio de Janeiro é uma das principais praças onde o PSol pode não aparecer nas urnas. “O Marcelo Freixo saiu do PSol e está no PSB construindo uma aliança. A gente cogita a hipótese de apoiar o Freixo. Não há dúvida que é muito melhor a vitória do Freixo que a vitória do Cláudio Castro, um governador bolsonarista”, declarou (11’23”). Medeiros também considerou o deputado um quadro importante por “trazer a Segurança Pública para o debate da esquerda”.
Durante a entrevista, Juliano Medeiros também falou sobre os planos da legenda em outras unidades da federação. O presidente do PSol ainda comentou o assassinato da vereadora Marielle Franco, que, ainda sem solução, completa 4 anos em março, e lembrou outros casos de violência política. Confira: