Comissão do Congresso alerta para risco de cepa indiana chegar ao DF
Congressistas indicam que medidas preventivas precisam ser tomadas urgentemente para evitar registro de variante mais infecciosa
atualizado
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A comissão mista do Congresso Nacional que acompanha as ações criadas de combate ao coronavírus no Distrito Federal alertou, nesta segunda-feira (31/5), sobre o risco iminente da chegada da nova variante indiana da Covid-19 na capital federal.
O maior problema, segundo os integrantes da comissão, é a falta de barreiras sanitárias para entrada de pessoas de outros estados no DF e a ausência de planejamento específico para blindar o possível contato de brasilienses com essa que é considerara uma mutação ainda mais infecciosa.
“Nosso risco é alto, pois a migração e as viagens temporárias de todas as regiões brasileiras para o DF são constantes e numerosas”, afirmou o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), durante a reunião do colegiado.
De acordo com o parlamentar, os casos recentes da proliferação da variante de Manaus (AM) reforçam a necessidade de medidas urgentes. “Hoje, a variante que predomina no Distrito Federal é a de Manaus. Então, será que não aprenderam nada com essa experiência?”, cobrou o senador.
Há uma semana, o vice-presidente da Câmara Legislativa, deputado Rodrigo Delmasso (Republicanos), também cobrou da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a criação de barreiras para controlar pessoas que saiam do Maranhão com destino ao Distrito Federal. O mesmo documento foi encaminhado ao Ministério da Saúde e à Secretaria de Saúde local.
A Secretaria de Saúde do DF esclarece que, no momento, ainda não há execução de barreiras sanitárias, mas que a pasta continua monitorando todo e qualquer caso suspeito de Covid-19, sendo possível identificar cepas por meio do sequenciamento genético realizado pelo Lacen-DF. Ainda não há registro da nova cepa indiana no DF.
Providências
Recentemente, o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, fundador e ex-presidente da Anvisa, afirmou ao Metrópoles que o Brasil pode entrar em um quadro semelhante ao que a Índia está enfrentando se não tomar providências assertivas e imediatas para conter a variante B.1.617, encontrada pela primeira vez no país asiático.
“Dada a nossa incompetência em diminuir a probabilidade da chegada dela, ou pelo menos retardar, ela chegou. Está se espalhando e mostrou na Índia que tem uma transmissão rápida”, alerta.
A B.1.617 é um dos fatores relacionados ao aumento expressivo de novas infecções na Índia desde o início de abril, levando o sistema de saúde do país ao colapso.
Ela já está em circulação em 53 países, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado na quarta-feira (26/5). No Brasil, há oito casos confirmados, sendo seis em São Luís, no Maranhão, e os outros dois em Juiz de Fora, Minas Gerais, além de um em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro.