Câmara aprova diligência para averiguar acervo da Fundação Palmares
Requerimento é das deputadas Erika Kokay (DF) e Benedita da Silva (RJ), ambas do PT, e foi analisado pela Comissão de Cultura da Casa
atualizado
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A Câmara dos Deputados aprovou um requerimento que autoriza a realização de diligência nas instalações da Fundação Cultural Palmares. A solicitação foi analisada pela Comissão de Cultura e é de autoria das deputadas Erika Kokay (PT-DF, foto em destaque) e Benedita da Silva (PT-RJ).
A proposição pretende averiguar as condições estruturais da nova sede, bem como as de preservação e conservação integral de todo acervo histórico e institucional da instituição.
Em 2020, a Palmares firmou termo com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), com duração de 10 anos, para transferência da sede e de todo o acervo documental museológico, documental e arquivístico para um antigo prédio da empresa, localizado na 702/703 Norte, em Brasília.
Denúncias apontam que o prédio estaria tomado por infiltrações e avarias das mais diversas e que a transferência do acervo da Palmares começou a ser feita sem que qualquer reparo fosse feito.
“O estado precário de conservação do imóvel oferecido pela cedente representa uma verdadeira temeridade e ameaça à preservação e manutenção do referido acervo, contribuindo assim para a perda definitiva de documentos que representam valores histórico-culturais da cultura afrodescendente”, argumenta o requerimento.
No acervo da Fundação, há fotografias e documentos históricos como cartas de alforria, obras de arte de artistas como Rubem Valentim e Mestre Didi, além de obras literárias.
Parte desse material precisa ser conservada em condições especiais, em salas climatizadas e com manutenção permanente. Há denúncias de que todo o acervo museológico, documental e arquivístico está encaixotado, correndo grave risco de deterioração.
Repúdio
A Comissão de Cultura também aprovou moção de repúdio ao presidente da Fundação Cultural Palmares, Sergio Camargo do Nascimento, em decorrência de ofensas e ataques perpetrados aos membros do grupo parlamentar e ao Congresso Nacional.
Camargo foi um dos convidados para a audiência pública, promovida pela mesma comissão, para discutir a crise institucional da Palmares, ocorrida no dia 7 de junho de 2021. Contudo, declinou do convite faltando apenas 30 minutos para o início da audiência e usou as redes sociais para atacar a deputada Benedita da Silva e demais convidados. “Não me sento à mesa para dialogar com pretos racistas”, declarou Camargo no Twitter.
“Não admitiremos em nenhuma hipótese ataques às deputadas e aos deputados desta comissão e às demais pessoas que foram convidadas para a aludida audiência”, registra a moção.